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Greve leva Air France a cancelar um quarto dos voos programados para amanhã

A companhia aérea francesa Air France anunciou hoje que prevê manter 75 por cento do programa de voos de terça-feira, 11.º dia de greve das convocadas em dois meses por uma dezena de sindicatos para pedir maiores subidas salariais.

A companhia precisou num comunicado que prevê suprimir 30 por cento dos voos intercontinentais de longo curso (mais de três horas), 35 por cento dos voos de média distância com saída ou chegada no aeroporto de Charles de Gaulle, em Paris, e 20 por cento dos voos domésticos.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da Air France explicou que, relativamente a Portugal, se prevê o cancelamento de dois voos hoje (um de Lisboa para Paris e outro de Paris para Lisboa) e de três na terça-feira (um de Lisboa para Paris e dois de Paris para Lisboa).

Para quarta-feira, está previsto o cancelamento de dois voos (de Lisboa para Paris).

A mesma fonte indicou que, “para hoje e amanhã [terça-feira], os passageiros já foram todos recolocados em outros voos ou receberam soluções alternativas”.

A Air France não afasta anulamentos pontuais e possíveis atrasos de última hora nos trajetos assegurados.

Estes dados foram calculados com base em informações dos trabalhadores que declararam antecipadamente – como é sua obrigação – que preveêm participar na greve: 27,8 por cento dos pilotos, 19,2 por cento do pessoal de cabine e 4,4 por cento do pessoal de terra.

Hoje, décimo dia de greve na Air France, a taxa de paritcipação foi de 28,1 por cento entre os pilotos.

“A Air France lamenta a continuação destas greves, apesar de a direção da companhia já ter apresentado várias propostas para sair do conflito e ter anunciado o lançamento de uma consulta direta aos trabalhadores sobre o acordo apresentado em 16 de abril”, afirma a direção no comunicado.

A mobilização dos sindicatos do pessoal começou em fevereiro, impulsionada por um pedido de um aumento salarial de 6 por cento para compensar a perda de poder de compra devido à inflação nos últimos anos.

Os sindicatos pedem um aumento salarial imediato de 5,1 por cento tendo em conta a melhoria dos resultados da empresa e não responderam esta semana à oferta da direção de aplicar uma subida progressiva de até 7 por cento em quatro anos.

Convicto de que a maior parte dos trabalhadores não partilha as opiniões dos sindicatos, o presidente da Air France, Jean-Marc Janaillac, sublinhou que no caso de a oferta não ser aceite, assumirá “pessoalmente” as suas responsabilidades e apresentará a demissão.

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