Economia

Grécia: Varoufakis ameaça Portugal com o “castelo de cartas” do euro

varoufakis Se os países do euro expulsarem a Grécia, Portugal será a seguir. Entre a ameaça e a profecia, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, explicou como a moeda única é “um castelo de cartas”: “se tirar a carta grega, os outros [países] vão entrar em colapso”.

Portugal não é a Grécia: é de outro naipe, na imagem que o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, utilizou para demonstrar os perigos de “amputar” o país da moeda única.

“O euro é frágil, é como construir um castelo de cartas: se tirar a carta grega, os outros [países] vão entrar em colapso”, avisou o governante helénico, numa entrevista à RAI, de Itália.

Entre as ameaças e as profecias, Varoufakis insistiu que “amputar a Grécia da Europa é muito perigoso” e apontou mesmo Portugal como a vítima seguinte na eventualidade dos gregos serem ‘amputados’.

Na televisão italiana, o governante helénico deixou as questões em aberto: “Quem será o próximo depois de nós? Portugal? O que vai acontecer quando a Itália descobrir que é impossível manter-se dentro da camisa de força da austeridade?”

Repetindo que o país quer pagar o que deve, desde que haja uma negociação do reembolso, o ministro das Finanças defendeu que há vários países da moeda única que ‘são’ a Grécia, ou seja, que não têm condições para pagar as dívidas de acordo com as condições impostas pela austeridade.

As declarações de Varoufakis foram proferidas no país com a segunda maior dívida da zona euro: a Itália.

“A situação da dívida da Itália é insustentável”, garantiu o grego, explicando os motivos que têm impedido as autoridades italianas de alinhar nas ideias do Syriza, o partido que venceu as recentes legislativas na Grécia: “Não podem dizer a verdade porque a Itália também corre o risco de falência e tem medo da reação da Alemanha”.

Pier Carlo Padoan, o ministro da Economia italiano, respondeu através do Twitter que a dívida do país é “sólida e sustentável” e criticando as declarações “fora de contexto” proferidas pelo governante grego.

De França veio uma posição tão distante do ‘oui’ como do ‘non’. “Temos de assegurar o financiamento para que a Grécia não fique à mercê de uma situação de pânico dos mercados, mas não podemos simplesmente dizer ‘nós financiamos’”, resumiu Michel Sapin, o ministro das Finanças gaulês.

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