Mundo

Grávida condenada à morte, no Sudão, deu à luz com correntes nas pernas

mariam 210mariamMariam Yahya Ibrahim, a sudanesa condenada à morte por não renunciar à fé cristã, deu à luz na prisão, mas não lhe retiraram as correntes das pernas. A denúncia é da Amnistia Internacional, que mantém a luta para evitar o enforcamento da mulher daqui a dois anos.

Mariam Yahya Ibrahim, uma sudanesa condenada à morte, teve a filha na prisão, como noticiámos na terça-feira: mas só hoje é que são conhecidos alguns pormenores do parto.

De acordo com a denúncia da Amnistia Internacional (AI), a mulher tem estado sempre acorrentada e, mesmo na altura em que deu à luz, tinha correntes nas pernas.

“Eles mantiveram-lhe as correntes nas pernas. Ela estava muito triste com isso”, reforçou o marido, Daniel Wani, numa entrevista ao The Telegraph.

O homem revelou ainda que só na quarta-feira, um dia após o parto, conseguiu ver a filha. “É muito bonita”, afirmou.

Mariam Yahya Ibrahim, de 25 anos e que foi presa quando estava no oitavo mês de gravidez, foi condenada à pena de morte por enforcamento. O motivo? Recusara renunciar à fé cristã, num país que é regido desde 1983 pela lei islâmica, a ‘sharia’.

A sentença ficou suspensa por dois anos, o tempo necessário para a jovem mãe cuidar da recém-nascida.

Para além do crime de apostasia, Mariam foi também condenada a 100 chicotadas por adultério: vivia em união com um homem que não é muçulmana. Isto porque o Sudão não reconhece o casamento cristão.

O casal tem um filho de 20 meses, Martin, que está na cadeia com a mãe. “Ele está bem. Nem creio que ele perceba o que se está a passar e está feliz”, salientou o pai, que vive confinado a uma cadeira de rodas por sofrer de distrofia muscular.

Em destaque

Subir