Nas Notícias

Grammy para Carlos do Carmo e Presidente Cavaco em silêncio

carlos do carmoUm crítico público de Cavaco Silva, Carlos do Carmo, ganhou o mais prestigiado prémio da indústria musical, mas o feito foi ignorado por Belém. Ao contrário do que aconteceu há seis anos, quando o fadista venceu um Goya, não houve mensagem de parabéns por parte do Presidente.

A Academia Latina e o mundo da música em geral rendeu-se a Carlos do Carmo, agraciado este ano com o Grammy (considerado em geral como a mais importante distinção da indústria fonográfica a nível mundial) de Carreira.

Quem não se rendeu à consagração do fadista foi Cavaco Silva. O Presidente, que tem sido criticado publicamente por Carlos do Carmo em várias intervenções, não emitiu uma mensagem de felicitações, ao contrário do que é habitual quando um português se destaca no panorama internacional.

Apesar de ser o único Grammy atribuído a um português, de Belém só resta o silêncio. AO contrário do que aconteceu há seis anos, quando Carlos do Carmo venceu o prémio Goya para melhor canção original (por ‘Fado da Saudade’) e o Presidente lhe enviou uma mensagem de felicitações.

A ausência de uma mensagem de felicitações torna-se ainda mais estranha quando se atentam nas justificações de congratulações anteriores, como a terceira reeleição de Vítor Caldeira para a presidência do Tribunal de Contas Europeu ou, mais recentemente, o apuramento da Seleção de futebol para a fase final do Mundial.

O único facto conhecido (para além do Grammy) é a posição pública de Carlos do Carmo contra o atual chefe de Estado.

“Toda esta desgraça começou com Cavaco Silva. O erro está todo aí e a fatura está aí”, criticou o fadista, em 2011, numa entrevista à Rádio Renascença.

No ano passado, Carlos do Carmo voltou à carga, evocando o “azar dos Távores” para descrever a situação no país: “nós tivemos politicamente um azar dos Távoras, foi ter este Presidente da República como primeiro-ministro e como Presidente da República. Este país regrediu muito”.

“É só analisar”, reforçou o artista, numa entrevista à SIC: “foi mau demais para ser verdade. Ficou para trás a educação, entrou-se num novo-riquismo, entrou-se numa loucura de consumismo provocado”.

Ao lado de outro crítico assumido do atual Presidente e que também foi chefe de Estado, Mário Soares, Carlos do Carmo apontou que não se trata de “uma questão pessoal”, mas antes uma situação política.

Em destaque

Subir