Tecnologia

Governo reduz verba do MIT Portugal e obriga a novas formas de financiamento

empreendedorismoA verba entregue pelo Estado para o programa MIT Portugal, de apoio ao empreendedorismo, foi alvo de um corte do Governo, revela Miguel Seabra, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Este projeto que visa fomentar a inovação foi lançado há cinco anos.

Os cortes do Governo vão estender-se ao programa MIT Portugal, que tem como finalidade promover o empreendedorismo e a inovação, num acordo estabelecido há cinco anos, entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o Massachusetts Institute of Technology, dos EUA.

Esta redução nos apoios a um programa que nos últimos cinco anos custou 30 milhões de euros ao erário público, em 2006, foi tornada pública pelo presidente da FCT, Miguel Seabra, que lamenta esta decisão do Governo.

“Não disporemos de tanto dinheiro disponível para estas parcerias e o que temos vai ser usado de modo mais eficaz”, salientou Miguel Seabra, em declarações à agência Lusa. O presidente do FCT espera que apareçam outras entidades (universidades e entidades públicas e privadas americanas) a cofinanciar os projetos de apoio ao empreendedorismo em Portugal.

Lançado a 11 de outubro de 2006, em Lisboa, o programa MIT Portugal tinha um contrato válido para cinco anos. Com este corte no financiamento, fica em causa o fomento da inovação e alguns projetos de empreendedorismo em áreas distintas, desde a engenharia à gestão.

MIT Portugal – que foi alvo de um processo de reformulação no ano de 2009 – permitiu a formação de cerca de 600 alunos, sendo que desde 2006 teve a penas o Estado como financiador.

A renovação do programa para os próximos anos está perto da conclusão, sendo que o Estado português deverá investir quatro milhões de euros por ano, o que representa um corte no financiamento de dois milhões de euros por ano.

Apesar desta decisão de cortar na despesa, o programa MIT Portugal vai manter-se e, segundo Miguel Seabra, poderá encontrar no setor privado e em parceiros universitários uma fonte de financiamento que permita superar estes cortes.

“Estas parcerias são vistas pelos parceiros universitários e industriais americanos como algo de enorme valor”, sustenta o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia. “A cultura de empreendedorismo e de risco é essencial para Portugal, ainda mais nesta altura de crise”, salienta Miguel Seabra, que aponta como “prioridade nacional” fazer “o que for possível” para que Portugal aposte na “tecnologia e inovação”.

O programa MIT Portugal nasceu de uma colaboração internacional, que tenta demonstrar que o investimento na ciência, tecnologia e ensino superior pode ter um impacto positivo e duradouro na economia. O objetivo é abordar as principais questões sociais através da educação de qualidade e pesquisa em sistemas de engenharia.

O programa tem como áreas chave sistemas de Bioengenharia, Engenharia de Conceção e Sistemas Avançados de Produção, Sistemas Sustentáveis ​​de Energia e sistemas de transporte.

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