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Golfinhos e leões-marinhos da Ucrânia ‘anexados’ pela Rússia

golfinho militargolfinhos russia Ao anexar a Crimeia, a Rússia apoderou-se dos golfinhos e leões-marinhos que a Ucrânia treinava para fins militares. As ‘tropas aquáticas’, treinadas num aquário na base naval de Sebastopol, foram incorporadas na Marinha russa.

A informação ainda não foi confirmada oficialmente, mas vários militares russos têm adiantado que a Marinha da Rússia está a apoderar-se dos golfinhos e leões-marinhos que a Ucrânia treinava, na Crimeia, para fins militares.

Tratam-se de animais que, num dos dois aquários da base naval de Sebastopol, foram treinados para localizar armamento submarino (minas) ou detetar pessoas ou objetos submersos, como eventuais mergulhadores de uma força invasora.

Os programas de treino de animais marinhos, que tinham ficado suspensos com a desintegração da União Soviética, foram retomados pela Marinha da Ucrânia em 2012, num dos aquários da base de Sebastopol.

De referir que esta base naval era operada pela Rússia ainda antes da anexação da Crimeia, sendo fundamental no domínio das operações navais no mar Negro.

“Interesses” russos

A Defesa russa não confirma, mas estará já na posse dos animais.

Várias fontes militares, citadas sem identificação pela agência russa Ria Novosti, adiantaram que os golfinhos e os leões-marinhos iriam ser “preservados e redirecionados para os interesses da Marinha russa”.

Ainda de acordo com agência estatal da Rússia, a Ucrânia tinha agendado o fim do programa de treino militar de animais marinhos para abril.

‘Arma’ marinha

A notícia avançada pela Ria Novosti salienta ainda um exemplo das habilidades dos animais marinhos treinados para fins militares.

Como os golfinhos têm um reflexo natural para ‘empurrar’ as pessoas para a superfície, poderiam servir como uma ‘lança’ contra mergulhadores invasores, desde que tivessem uma arma acoplada, salientou um especialista russo em cetáceos.

“Os nossos especialistas desenvolveram novos dispositivos, que convertem a deteção de objetos através do sonar subaquático dos golfinhos em dados de computador”, acrescentou a mesma fonte.

“O problema é que Marinha ucraniana não tinha os recursos para tal ‘know-how’, pelo que alguns projetos tiveram de ser fechados”, complementou.

A inteligência dos golfinhos

Esse acoplamento de uma arma aos animais resultou com as focas e os leões-marinhos, mas não com os golfinhos.

Segundo alguns estudos que foram tornados públicos, durante a era soviética foram realizadas experiências com agulhas envenenadas.

De acordo com um especialista de um aquário de Moscovo, citado pela agência estatal, os golfinhos compreenderam os efeitos do objeto que tinham acoplado ao verem os efeitos nos mergulhadores.

Os animais marinhos foram ainda testados como bombistas, felizmente sem sucesso: as experiências foram abortadas porque os animais negavam-se a cumprir as ordens.

O principal uso das capacidades dos animais tem sido a localização por ondas de ultrassom. Os golfinhos foram treinados, com sucesso, para localizar torpedos perdidos durante manobras navais e houve um até que encontrou um pequeno submarino automático, ‘desaparecido’ desde a década de 50.

De acordo com a Ria Novosti, só dois aquários treinam animais marinhos para fins militares: o de Sebastopol e o de San Diego, nos EUA.

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