O anúncio do regresso do ex-primeiro-ministro José Sócrates como comentador político da RTP gerou uma verdadeira onda de reações, quer políticas, quer da sociedade, com petições. O PSD ironiza, o CDS chama o diretor de informação ao Parlamento, os cidadãos multiplicam protestos contra a presença de Sócrates no canal público.
Deixou o Governo depois de ver chumbado o PEC 4. José Sócrates afastou-se da política e partiu para Paris, onde se remeteu a um silêncio perturbador, longe de um País que o acusara de deixar Portugal perto da falência.
Durante meses, Sócrates foi alvo de críticas duras, sobretudo dos membros dos partidos da maioria. O silêncio do ex-primeiro-ministro manteve-se. Até que José Sócrates decide aceitar um convite da RTP, para assinar um comentário político semanal, na estação pública.
O formato do programa ainda não é conhecido. Mas Sócrates deverá ter cerca de 25 minutos semanais, num espaço de opinião política. Trata-se do fim daquele longo silêncio que José Sócrates iniciou depois de ter sido derrotado por Passos Coelho, nas eleições legislativas antecipadas.
Segundo a manchete do DN desta sexta-feira, o CDS quer o diretor de informação da RTP no Parlamento, para justificar esta chamada do ex-primeiro-ministro para um espaço de opinião.
Ao mesmo tempo, a sociedade move-se e expressa indignação com petições contra o regresso de Sócrates. O ex-secretário-geral do PS volta numa altura em que Seguro avança com uma ofensiva política contra Passos Coelho. Portugal entra em crise política e Sócrates vai falar sobre o assunto.
