Mundo

Fukushima: Começa a arriscada operação de retirada das placas de combustível

fukushima central210fukushima central bigO desmantelamento da central nuclear de Fukushima, desligada desde o acidente de 2011, vai entrar numa das fases mais arriscadas e complexas. Os engenheiros pretendem retirar as placas de combustível de urânio e plutónio.

Está prestes a começar uma das operações mais complexas e arriscadas do desmantelamento da central nuclear de Fukushima, no Japão: a retirada das mais de 1500 placas de combustível, nomeadamente urânio e plutónio, da piscina do reator número quatro. Este era o único que não estava a trabalhar quando a central foi atingida pelo tsunami de março de 2011.

A remoção e transferência de placas de combustível são procedimentos considerados normais, mas a gravidade dos estragos provocados pelo tsunami torna esta operação complexa e arriscada, de acordo com os engenheiros nucleares japoneses. O urânio e o plutónio serão transferidos para um edifício, a cerca de 100 metros de distância, considerado mais seguro.

O anúncio de que a operação está prestes a combinar surge numa altura em que a operadora da central nuclear, a Tokyo Electric Power (TEPCO), tem sido fortemente criticada pelas constantes descargas de água contaminada com radioatividade para o mar.

A operação deverá prolongar-se ao longo de todo o próximo ano: só no final de 2014 é que o reator número quatro ficará sem combustível. Só com este trabalho encerrado é que os engenheiros poderão desmantelar os restantes reatores, só que nesses será impossível prever o tempo de operação. De acordo com alguns especialistas, os danos provocados pelo tsunami são tão graves que 40 anos poderão não ser suficientes para desmantelar a central sem provocar um novo desastre nuclear.

Em relação ao desastre de março de 2011, ainda há quem acuse a TEPCO de não “pedir desculpa” pelos danos causados. É o caso de Keigo Sakamoto, um agricultor de 58 anos que reside nas proximidades da central e que continua a recusar sair de Fukushima. “Tenho de proteger os meus animais”, alega.

Em destaque

Subir