Na mesma entrevista, o ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2005 e 2006 revela ter dito a Sócrates que o Governo da altura “não estava a tomar as medidas necessárias e que Portugal estava a afundar, mas ele não quis acreditar”.
Mas o executivo socialista não foi o único a ser criticado por Freitas do Amaral. “A sensação é que este Governo é mais ‘troikista’ do que a troika”, comentou, com base nas medidas que foram “mais além do que era imposto, quando o que se devia era fazer uma interpretação do memorando que permitisse executá-lo pela forma menos prejudicial ao povo”.
Daí que, no último sábado, cerca de milhão e meio de pessoas tenha saído á rua para demonstrar a “insatisfação geral do país”. A manifestação de 2 de março é um alerta para o Governo “tirar muitas ilações”, sobretudo “não deve fingir que não aconteceu nada”. “Se o Governo não infletir as suas políticas e, sobretudo, se não demonstrar maior sensibilidade social, haverá cada vez mais manifestações e serão cada vez maiores”, antecipou.
O candidato presidencial de 1986 atacou ainda a atuação do Presidente da República, Cavaco Silva: “talvez fosse útil que falasse um pouco mais nesta fase”.