Economia

Fórum para a Competitividade revê em baixa crescimento do PIB para dois a 2,3 por cento este ano

O Fórum para a Competitividade reviu hoje em baixa a estimativa de crescimento da economia portuguesa este ano para 2,0 por cento a 2,3 por cento, destacando como principal aspeto negativo da desaceleração registada até março a “nova queda de produtividade”.

“No primeiro trimestre o PIB [Produto Interno Bruto] de Portugal desacelerou de 2,4 por cento para 2,1 por cento, como esperado, mas com perspetivas de novos abrandamentos, pelo que atualizamos a nossa estimativa para entre 2,0 por cento e 2,3 por cento [face aos anteriores 2,2 por cento a 2,5 por cento] para o conjunto do ano”, lê-se na nota de conjuntura de maio.

Segundo acrescenta, “um dos aspetos mais negativos desta evolução é que se registou de novo uma queda da produtividade”, ainda mais intensa do que no trimestre anterior, “com o PIB a crescer menos do que o emprego devido à baixa qualidade dos empregos criados”: “Com o emprego a crescer a 3,2 por cento, o PIB deveria estar a crescer a 4,5 por cento e não a 2,1 por cento”, refere.

De acordo com a nota de conjuntura elaborada pelo Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, no primeiro trimestre de 2018 o Índice de Custo do Trabalho caiu 1,5 por cento, quando no trimestre precedente tinha subido 3,8 por cento, sendo a descida “generalizada a todos os setores, com exceção da indústria, onde houve estagnação dos custos”.

“A contenção salarial em simultâneo com uma queda continuada da taxa de desemprego é uma boa notícia para a competitividade da economia (os salários representam metade do PIB, não são um custo insignificante como muitos erradamente supõem), mas também um pouco surpreendente”, sustenta.

Segundo o Fórum para a Competitividade, “uma explicação possível é que as empresas ainda têm memória da necessidade e quase impossibilidade de baixar salários durante a crise e não querem aumentar estes custos, que são praticamente irreversíveis”.

O Fórum nota ainda que a avaliação que a Comissão Europeia fez do Programa de Estabilidade “coincide com as duas críticas principais” que o próprio Fórum já tinha feito: “excesso de otimismo quanto ao crescimento económico para lá de 2019” e “consolidação orçamental em termos estruturais muito aquém do necessário”.

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