Economia

FMI: Poul Thomsen alerta Portugal para “tempos difíceis”

Segundo Paul Thomsen, representante do FMI na troika, o programa de ajuda resulta de um “enorme empenho” de todas as partes. Mas os tempos que se avizinham não serão fáceis. “É um programa duro, mas necessário para ajustar a economia à realidade”, ressalvando que houve “preocupação com as classes mais vulneráveis”, diz Thomsen.

O programa assenta em três pontos essenciais. Em primeiro lugar, “restaurar a sustentabilidade fiscal entre 2011 e 2013”. Não vai haver abrandamento nas medidas fiscais, sendo que a troika prevê que o país cresça “a três por cento, em 2013”.

Em segundo lugar, o plano definiu como prioritário “que o setor financeiro possa dar crédito a empresas e privados”. A falta de liquidez é um bloqueio ao desenvolvimento.

Por último, as reformas estruturais, “que são decisivas para a economia”. Aumentar emprego e tornar economia sustentável. Paul Thomsen refere que o “desemprego está alto, sobretudo entre os jovens, que têm que ser integrados no mercado”.

Mas o sucesso do programa “reside na sua implementação célere”. “O próximo governo tem de assumir a responsabilidade deste programa e implementar estas medidas. Ao fazê-lo, restaurará a confiança na economia portuguesa, mesmo internacionalmente”, refere Paul Thomsen.

O responsável pelo FMI destaca que as negociações com as entidades portuguesas foram “frutuosa” e destaca o facto de ter discutido “com sociedade civil, sindicatos e mundo académico”.

“Escutamos e aproveitamos ideias. Por isso é que esta missão demorou mais tempo do que o normal. Este programa é português que merece apoio da União Europeia e do FMI”, ressalva Thomsen.

Na próxima semana, a Comissão Europeia vai analisar o programa e tomará uma decisão. Os ministros das Finanças europeus pronunciam-se a 6 de maio.

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