Economia

FMI corrige-se: Afinal a zona euro vai continuar em recessão durante este ano

Nas Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas em outubro, o FMI adiantava que a zona euro ia regressar ao crescimento durante este ano: seria apenas 0,1 por cento, mas era um valor positivo. Afinal, as previsões estavam erradas e foram hoje corrigidas: os 17 vão continuar em recessão, com uma quebra de 0,2 por cento durante 2013. A recuperação é adiada para o próximo ano, com um por cento.

“Apesar da ação política ter reduzido riscos e melhorado as condições financeiras para os Governos e os bancos”, a recessão vai continuar a ser dominante na zona euro, sublinharam os técnicos que elaboraram o relatório. “A manutenção da incerteza sobre a resolução da crise da dívida, apesar do progresso obtido nas reformas políticas, pode afetar as perspetivas para a região”, justificam.

“Vai demorar”

O FMI lembra que ainda não foram registadas melhorias nas “condições dos empréstimos para o setor privado”, pois as principais medidas têm sido direcionadas para as dívidas soberanas. “Apesar dos progressos de ajustamento nacionais e do reforço da reposta política da União Europeia à crise terem reduzido os riscos extremos e terem melhorado as condições de financiamento dos países da periferia”, os técnicos do FMI assumem que “o regresso a um período de recuperação depois de uma contração prolongada vai demorar mais”.

Portugal, tal como Espanha e Grécia, tem assistido a uma estabilização das dívidas soberanas, com descida das taxas de juro, mas a contração da atividade tem penalizado as economias dos países periféricos. Quanto às principais economias, Alemanha e França, vão crescer 0,6 e 0,3 por cento, respetivamente, ajudando a suavizar a média da zona euro.

“Os países da periferia devem continuar o seu ajustamento e os países do coração da zona euro devem suportar os seus esforços”, apela o FMI, alertando para a necessidade de tornar real a união bancária e aprofundar a integração orçamental, pois “a zona euro continua a representar um risco considerável para as perspetivas da economia mundial”.

Com a economia mundial em “frágil recuperação”, as duas maiores potências – EUA e China – precisam de assumir um papel mais interventivo. No caso norte-americano, o FMI recomenda o “reequilíbrio orçamental”, considera “excessivo no curto prazo”, enquanto o ‘império do meio’ deve “continuar as reformas” para abrir o mercado e promover o consumo interno.

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