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Fisco: Sindicato dá aulas de uso de armas aos funcionários das repartições

financasAs penhoras e dívidas ao Fisco transformaram as repartições de finanças em palcos de revolta. Nesse sentido, o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos vai promover um curso de defesa pessoal, que prevê até aulas de uso de armas aos funcionários.

Segundo o jornal i, a 30 de junho, no Algarve, arranca o primeiro curso de defesa pessoal do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, direcionado a todos os trabalhadores de repartições de finanças, quer sejam membros do sindicato ou não.

As aulas de defesa preveem também os trabalhadores a utilizar armas de fogo. O objetivo destes cursos é preparar os funcionários para cenários de violência, mas numa perspetiva de defesa pessoal e nunca para ataque, mesmo quando são confrontados com agressões físicas.

Este curso surge no seguimento de um fenómeno de aumento de casos de violência sobre funcionários do Fisco, que têm de lidar com contribuintes com dívidas fiscais, muitas vezes com bens e o próprio salário penhorados.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, a decisão de avançar com este curso resulta do clima de conflito e de medo que se vive, sobretudo no Algarve.

“As pessoas não têm dinheiro e a carga fiscal transforma-se numa espada pesada. E quando têm de pagar, revoltam-se perante quem está à sua frente. Este tipo de agressões tem aumentado e está a provocar um sentimento de receio”, revela Paulo Ralha à Antena 1.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos pretende defender os profissionais desta realidade, sendo que avançou com estes cursos, que arrancam em Albufeira – local do país onde há mais registos de ocorrências de ataques armados por parte de cidadãos endividados que se ‘vingam’ nos funcionários das Finanças.

Além do Algarve, outras cidades apresentam um aumento de agressões a chefes de repartições e funcionários do Fisco. Trata-se de um fenómeno que está associado às dificuldades económicas das famílias, que terminam muitas vezes com ataques com armas.

As aulas de defesa pessoal pretendem incentivar a lidar com estas situações de violência extrema, como método de dissuasão, sobretudo, mas também para transmitir um sinal aos agressores.

“Não queremos munir os trabalhadores com arma, mas com competências, para prosseguirem o seu trabalho de forma correta”, conclui Paulo Ralha.                        

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