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Porque ficamos carecas? Um estudo japonês deu a resposta

Estudo JaponêsUm estudo japonês detetou o processo que leva à perda de cabelo. Publicada na revista Science, a pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio descobriu que a origem deste problema está nas células-tronco dos folículos capilares, que mudam o seu papel no corpo humano, em vez de serem substituídas.

O mecanismo que leva à perda de cabelo foi pela primeira vez descodificado. Apesar de estar associada ao envelhecimento, a calvície não atinge toda a gente. A razão está nas células-tronco dos folículos capilares.

Há quem se habitue, quem goste, quem disfarce. Mas há também quem nunca tenha este problema. A calvície. Por que razão nem todos nos tornamos carecas?

A calvície está normalmente associada a uma ideia de envelhecimento. Cai-nos o cabelo e entra-nos na cabeça a ideia de que já não estamos a ficar jovens.

Porém, a ciência parece ter encontrado uma resposta até agora desconhecida. Pela primeira vez foi compreendido o mecanismo que desencadeia a calvície, desencadeado pelo envelhecimento, que torna o cabelo mais fino, até à queda.

De acordo com um estudo de investigadores japoneses, publicado na revista Science, a origem deste problema está nas células-tronco dos folículos capilares. Com o avançar do tempo, elas vão sofrendo transformações, até que os folículos capilares encolhem e desaparecem. Mas as células, em vez de desaparecerem, podem transformar-se em pele.

As células-tronco dos folículos capilares têm outra curiosidade. Ao contrário das restantes células-tronco, as capilares atravessam ciclos, até que deixam de cumprir o seu papel: produzir o cabelo. E dá-se a calvície.

Emi Nishimura, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio, no Japão, liderou uma equipa que descobriu a origem deste processo.

Nishimura e outros cientistas realizaram um estudo que permitiu que o ADN danificado pela idade dá origem a uma destruição da proteína colagénio 17A1. Por sua vez, este processo transforma células em queratinócitos, que predominam na pele.

Os investigadores analisaram o comportamento em ratos de laboratório e em humanos, com idades entre os 22 e os 70 anos. Descobriram que em pessoas com mais de 55 anos tinham menos folículos capilares e menos colagénio 17A1

“Estava compreendida em termos científicos a associação entre perda de cabelo em humanos e o envelhecimento”, assinala Emi Nishimura.

O passo seguinte deste estudo japonês era criar um mecanismo que revertesse este processo, para tratar a calvície.

Segundo aquela investigadora, será possível desenvolver tratamentos através do recurso ao colagénio 17A1.

Maksim Plikus, biólogo da Universidade da Califórnia (EUA), considera que este estudo japonês “permitiu chegar a conclusões interessantes”. A pesquisa demonstra que “algumas células danificadas, em vez de serem destruídas e substituídas, mudam o seu papel no corpo humano”.

Refira-se que este estudo se centrou, apenas, na transformação de células-tronco, deixando de lado outros fatores que podem conduzir à calvície, desde logo as doenças autoimunes, mas também as infeções do couro cabeludo, por exemplo.

Compreendendo este processo de comportamento das células, abre-se caminho para o reverter e parar evitar que a escova nos diga, com os cabelos que transporta, que a nossa aparência está a mudar.

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