O FC Porto derrotou o Vitória de Setúbal por 3-0, na quarta jornada do campeonato, dando seguimento à sua caminhada cem por cento triunfal. Vítor Pereira fez descansar Hulk e João Moutinho, mas precisou do português para desfazer um teimoso nulo e do brasileiro para fazer a bancada sorrir.
Quatro jogos, quatro vitórias. O campeão nacional manteve-se firme e ultrapassou mais um obstáculo, num jogo decidido na segunda parte, mas que deixou transparecer a importância de Moutinho e Hulk no onze. É proibido deixar estas pedras no banco. São golos e assistências que, quando sentadas, adiam vitórias.
Os primeiros 20 minutos revelaram, precisamente, um FC Porto refém da ausência de Hulk e João Moutinho – duas das principais pedras da equipa, que ficaram de fora do onze de Vítor Pereira. Sem o omnipresente Moutinho e o omnipotente Hulk, a equipa da casa enfrentava dificuldades, disfarçadas por alguns lances de James e Cristián Rodríguez.
Aparentemente adormecida e sem soluções, a equipa da casa pareceu entrar no jogo depois de perceber que aquela atitude inerte não resultaria em vitória. E o dragão acordou, ficando perto do golo por duas vezes. A bola e a barra devolveram dois remates, de Souza e Rolando, aos 22 e 23 minutos.
Faltou sorte ao conjunta da casa, que passou a pressionar os sadinos. Kléber volta a agitar o ferro e a bancada, com mais um tiro no infortúnio. Até que Diego, guardião sadino, entra em cena para substituir os ferros, por três ocasiões. O Vitória segura o nulo até ao intervalo, com muita sorte…
Moutinho, o joker
Para evitar sustos e uma segunda parte traiçoeira, Vítor Pereira lançou desde logo Moutinho. O treinador do FC Porto sentiu que teria de recorrer às primeiras escolhas… Logo a seguir, Hulk salta para o aquecimento e já com a sombra do incrível junto à linha, Moutinho transforma-se em joker e desfaz o nulo. Nem Diego, nem postes ou barra travaram o remate do médio.
Vítor Pereira conseguia desapertar o nó e lançava nos ombros do técnico adversário uma ingrata tarefa: defender um ataque feroz e ter de procurar o golo do empate. O 4x1x3x2 sadino desfez-se, com a saída de Hugo Leal, mas continuou a ser o FC Porto a mandar na partida.
Até que Cristián Rodríguez falha um remate, na cara do golo, após defesa incompleta de Diego. O uruguaio poderia ter sentenciado o jogo, aos 60 minutos, mas outro Rodriguez decidiu fazê-lo, já com Hulk em campo e depois de Helton ter revelado a segurança habitual. Corria o minuto 72 e percebeu-se que a ingrata tarefa do Vitória deixara de ser apenas ingrata.
Estava resolvido o jogo. Faltava recolher mais assinaturas para o marcador final. E Belluschi fez questão de rubricar o 3-0, após passe de Hulk. O brasileiro não marcou, mas abriu as portas da baliza ao argentino.
Os dragões somam 12 pontos em quatro partidas e repetem um brilhante início de campeonato, com uma primeira parte pálida, uma segura em alto nível e uma exibição segura.
Ficha de jogo
FC Porto, 3
Helton; Fucile, Rolando, Maicon e Alvaro Pereira; Belluschi, Souza (João Moutinho, aos 45 minutos) e Steven Defour; Cristián Rodríguez (Djalma, 80), Kléber (Hulk, 71) e James Rodriguez.
V. Setúbal, 0
Diego; Peter Suswam, Ricardo Silva, Anderson do Ó e Miguelito; Neca, Hugo Leal (João Silva), Zé Pedro e Bruno Amaro; Jorge Gonçalves (Rafael Lopes, 71) e Cláudio Pitbull.
Jogo no Estádio do Dragão (Porto), perante 36 511 espetadores. Ao intervalo: 0-0. Marcadores: João Moutinho (54), James Rodriguez (75) e Belluschi (87). Cartões amarelos: Maicon (17) Anderson do Ó (40) e Neca (44) e Cristián Rodríguez (52).