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Falsos emails em nome do Governo não são ataque informático contra o executivo

marques guedesLuís Marques Guedes, secretário de Estado, desmente um ataque informático ao Governo, na sequência de comunicados falsos enviados de e-mails oficiais. O caso foi suscitado ontem, dia das mentiras, quando foi anunciada a contratação de enfermeiros e mais dinheiro para a Cultura. Marques Guedes fala de uma apropriação indevida de contas de e-mail.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros desmentiu hoje que o Governo esteja a ser vítima de um ataque informático. Marques Guedes justifica o envio de emails em nome do executivo com um caso de “fake mail”, com recurso a uma apropriação indevida de algumas contas de endereço eletrónico do Governo.

Em causa esteve o uso de endereços oficiais da Secretaria de Estado da Cultura e da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. Através dessas contas de email foi enviado, no dia 1 de abril, um comunicado a redações, que manifestava a intenção do Governo em contratar 600 enfermeiros e em dedicar mais verbas às Artes.

O comunicado é falso, mas acabou por difundir-se em diversos órgãos de comunicação social, que não duvidaram da fidelidade da informação, já que a mesma era proveniente de contas de endereço oficiais.

Hoje, Luís Marques Guedes esclarece o episódio. Em declarações à Lusa, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, revela que os emails foram enviados a partir de um servidor que tem alojamento na República Checa.

A Polícia Judiciária já tem na sua posse toda a informação disponível e estará a preparar uma investigação. “Haverá, provavelmente, lugar à apresentação de uma queixa por apropriação indevida de endereço de email”, adianta à Lusa Marques Guedes, que promete novos esclarecimentos sobre o caso dos emails falsos.

O comunicado foi enviado ontem, dia das mentiras, a partir de [email protected], conta oficial da Secretaria de Estado da Cultura. No documento, prometia-se maior dotação orçamental para a arte e a cultura.

“O Orçamento de Estado de 2013, que previa uma redução dos apoios financeiros a Fundações e Entidades para cerca de metade (…) vai disponibilizar uma parcela dessa verba para ser agora aplicada no mesmo setor”, podia ler-se na nota falsa, que a agência Lusa também recebeu.

Este falso comunicado justificava a medida no âmbito da sétima avaliação ao programa de ajustamento, que a troika concluiu recentemente. O email informava também que o Estado reavaliou “as verbas a serem aplicadas na área da cultura e da sua produção”.

Noutro caso de falso email enviado pela ARS Norte, podia ler-se que estava concluída a contratação de 569 enfermeiros, que iriam ser colocados nos cuidados primários da região. A própria ARS Norte já veio desmentir a emissão de qualquer comunicado e, naturalmente, a contratação de qualquer profissional de saúde.

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