Curiosamente, Vicky Pryce terminou condenada num caso que ela própria denunciou. Em 2011 e depois do divórcio, consumado após Huhne confessar que mantinha uma relação amorosa com uma empregada, a ex-esposa relatou aos jornais o caso de 2003, quando o antigo marido era ministro da Energia e das Alterações Climáticas, no executivo liderado por David Cameron.
Chris Huhne, que em 2003 era eurodeputado, demitiu-se do Governo em fevereiro do ano passado, quando foi formalmente acusado. O político reconheceu-se como culpado de, em março de 2003, ter conduzido um BMW na M11, entre o aeroporto de Stansted e Londres, em excesso de velocidade, não tendo apresentado os dados enquanto condutor para não ficar sem a carta: no Reino Unido vigora um sistema de pontuação que, com o acumular de infrações, pode ditar a suspensão da carta.
“Ir para a prisão é apenas uma pequena parte da pena total. O que é realmente me dói é perder o trabalho que eu sempre quis. As alterações climáticas são um tema que me apaixona”, antecipara Huhne, numa entrevista que concedeu antes de conhecer a sentença.
David Cameron, que era primeiro-ministro na altura do caso, lembrou que “ninguém, por maior responsabilidade e poder que tenha, está fora do alcance do sistema judicial”. Um sistema que ‘poupou’ um mês (a pena deveria ser de nove meses) por o ex-ministro assumir a culpa.
