Estudo revela o potencial das células estaminais no combate ao cancro da próstata
Um estudo conjunto da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto em conjunto com algumas entidades privadas revelou o potencial impacto das células do cordão umbilical na progressão do cancro da próstata.
O artigo científico “Impacto do secretoma das células mesenquimais do cordão umbilical e do plasma do sangue do cordão umbilical na progressão do cancro da próstata” publicado na revista Human Cell avalia os efeitos dos fatores libertados pelas células estaminais do tecido do cordão umbilical e o plasma do sangue do cordão umbilical em células provenientes de cancro da próstata.
O cancro de próstata é a segunda neoplasia maligna mais comum em homens e a quinta causa de morte em todo o mundo. As células estaminais mesenquimais (CEM) do cordão umbilical e o plasma do sangue do cordão umbilical (SCU) são ricos em numerosos fatores de crescimento e fatores anti-inflamatórios e por isso capazes de modular a proliferação (multiplicação) e a sobrevivência das células tumorais, bem como a imunidade e a formação de vasos sanguíneos.
“Verificámos que após a exposição do secretoma das CEM e do plasma do SCU ambos os tipos celulares de cancro da próstata exibiram viabilidade, proliferação e motilidade reduzidas, enquanto as células não malignas (saudáveis) da próstata não foram afetadas”, explica Andreia Gomes, Diretora Técnica e de Investigação e Desenvolvimento e Inovação de uma das empresas que está inserida neste projeto.
“Isto quer dizer que os fatores libertados pelas CEM promoveram morte celular, diminuição da multiplicação e da migração das células cancerígenas sem afetar as células não malignas”, conclui.
“Este estudo abre caminho para uma abordagem terapêutica promissora, baseada na utilização de fatores libertados pelas células do cordão umbilical bem como de componentes do plasma do cordão no tratamento do carcinoma da próstata”, afirma Raquel Soares, Professora Catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Os resultados deste estudo perspetivam um horizonte de esperança sobre os possíveis mecanismos pelos quais as células estaminais do tecido do cordão e o plasma de SCU reduzem a progressão do cancro da próstata, reforçando ainda mais o seu uso potencial como nova opção terapêutica perante o cancro da próstata.