Tecnologia

Escravatura na Apple? Lançamento do novo iPhone abafado pelas críticas

O dia era de festa, mas foi estragada por um grupo de defesa dos direitos laborais. A SACOM exige “dignidade e respeito” no dia em que Apple lança o novo iPhone, modelo que terá ‘exigido’ horas extraordinárias forçadas, retenção de salários e riscos para a saúde dos trabalhadores.

O iPhone 6S chega ao mercado no mesmo dia em que a Apple é confrontada com críticas às condições laborais nas fábricas que produzem o aparelho, onde os trabalhadores são alegadamente explorados.

De acordo com um relatório apresentado pela Students and Scholars Against Corporate Misbehaviour (SACOM), uma organização de defesa dos direitos dos trabalhadores, as fábricas da Lens Technology, onde são feitos os ecrãs táteis para os smartphones da Apple, promovem um regime que se aproxima ao da escravatura.

O lançamento do novo iPhone foi ‘abafado’ pelas críticas de que os trabalhadores que produzem o aparelho foram forçados a realizar horas extraordinárias, tiveram salários retidos até cumprirem determinadas metas e enfrentaram outras situações de risco para a saúde.

Em comunicado, a SACOM instou a Apple “a cumprir a sua responsabilidade empresarial” e a“adotar medidas imediatas para acabar com a exploração na sua cadeia de fornecimento”, nomeadamente proporcionando “aos funcionários um local de trabalho com dignidade e respeito”.

O relatório surge após uma investigação de vários meses em três fábricas da Lens Technology, que ao chegar à bolsa de Shenzhen (em março) viu a fundadora, Zhou Qunfei, tornar-se a mulher mais rica da China.

“Pó, ruído, água poluída e substâncias químicas são os problemas mais comuns nas fábricas”, denunciou a SACOM, apontando ainda o dedo ao fornecedor da Apple por não permitir o descanso aos trabalhadores (há quem esteja há um mês seguido sem um único dia de folga) e por não pagar os salários a tempo nem as contribuições para a Segurança Social.

O iPhone 6s está disponível na China (o segundo maior mercado mundial de smartphones), em Hong Kong e no Japão.

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