Segundo números do diretor de informação da RTP, a entrevista a José Sócrates, ontem, foi vista por 1,6 milhões de espectadores, o que significa que o ex-primeiro-ministro conseguiu bater Passos nas audiências, aquando da entrevista à TVI, na qual o primeiro-ministro explicou o Orçamento de Estado para 2013.
Os portugueses revelaram maior curiosidade em assistir à entrevista de José Sócrates, do que haviam mostrado quando Pedro Passos Coelho explicou, na TVI, o Orçamento de Estado para 2013. Segundo números das audiências à entrevista de ontem, divulgados no Facebook pelo diretor de informação da RTP, Paulo Ferreira, 1,6 milhões de espectadores (número médio) estiveram sentados em frente ao televisor, para ouvir as explicações do ex-primeiro-ministro.
Na última entrevista de Passos Coelho, à TVI, apenas 1,3 milhões foram contabilizados, apesar da importância do tema que o primeiro-ministro abordou: o Orçamento de Estado.
Estes números indiciam que os portugueses estavam mais curiosos em conhecer as explicações de Sócrates sobre o passado, do que em conhecer o futuro apresentado por Passos Coelho.
A entrevista ao ex-primeiro-ministro foi ontem o programa de televisão mais visto. José Sócrates acusou Cavaco Silva de conspirar para provocar a queda do Governo e pediu ao Governo para “parar com a austeridade”. Ilibou o PS pelo facto de não o defender das acusações de que tem sido alvo e garantiu que não tem pretensões em regressar à política.
Passos Coelho foi alvo de Sócrates, ontem à noite. O ex-primeiro-ministro disse que o seu sucessor deveria ter compreendido, em 2011, que a crise internacional era a grande responsável pelas derrapagens em Portugal. “Este Governo, que na altura não compreendeu a crise internacional, tem agora essa mesma crise pela frente”, salientou Sócrates, nesta entrevista à RTP.
O ex-primeiro-ministro disse ainda que foi alvo, nestes dois anos, de críticas injustas: “Não aceito que culpem o Governo do PS pelos efeitos da crise internacional. Foram os mercados financeiros que, com base na ganância, provocaram o endividamento dos Estados. Assumo as responsabilidades da minha governação”.
A entrevista que marca o regresso de José Sócrates antecede um programa de comentário político, que decorrerá na RTP, a convite da estação pública. Sócrates desmentiu que se tenha “oferecido” e lembra que “há quatro ex-líderes do PSD” que têm programas idênticos.
