O leilão de eletricidade promovido pela DECO permitiu, “em três meses, uma poupança acumulada superior a cinco milhões de euros”. Para a associação de defesa do consumidor, mais importante foi agitar o mercado, com 40 mil pessoas a mudarem para o tarifário da Endesa.
A associação de defesa do consumidor DECO traça um balanço positivo do primeiro leilão de eletricidade realizado em Portugal. Ao final de três meses, a iniciativa intitulada “Pague menos luz” levou 40 mil consumidores a mudarem para o tarifário vencedor, da Endesa, e gerou “uma poupança acumulada superior a cinco milhões de euros”.
Nas contas da DECO, a iniciativa permite “uma poupança média anual de 18 euros para cada consumidor”, pelo que, “em três meses, os portugueses que aproveitaram os tarifários que surgiram na sequência do leilão de electricidade conseguiram uma poupança acumulada superior a cinco milhões de euros”, como salienta o comunicado hoje distribuído.
Mais importante foi a agitação que o leilão trouxe ao mercado da eletricidade. Com 587.080 consumidores a inscreverem-se na iniciativa, apenas uma produtora – a Endesa – levou uma proposta até ao final, mas, como lembra a DECO, “uma semana depois, a EDP reagiu com um tarifário que abrangia electricidade, mas também gás natural. Seguiu-se a Galp e, por fim, a Iberdrola, com a proposta que proporcionava um desconto ainda maior”.
Na mesma nota, a associação recorda que, “com excepção da Iberdrola, os tarifários podiam ser contratados até ao final de junho e excluíam penalizações por desistência antes do fim do prazo. Todos tinham a vantagem de não depender das revisões trimestrais nas tarifas transitórias efectuadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. Estas eram as condições exigidas pela DECO para o tarifário vencedor do leilão”.
Isto significa que o modelo do leilão funcionou e obrigou os restantes produtores de eletricidade a reagir, pelo menos naquela altura: “a associação de consumidores lamenta que, a 01 de julho, as ofertas tenham terminado, com excepção da Iberdrola que está em vigor até 15 de julho, e o panorama volte a ser o que vigorava a 30 de abril, em termos de tarifas e de condições contratuais”.
Fica a ‘ameaça’ de, caso o panorama se mantenha, os consumidores voltarem a reagir em bloco: “a DECO espera que não sejam necessários leilões sucessivos para obrigar o mercado a voltar a mexer e apresentar propostas competitivas aos consumidores”.
A acontecer, o próximo leilão de eletricidade poderá ser anunciado em setembro, mês em que a DECO vai realizar uma avaliação mais completa da primeira campanha.