“A democracia tem soluções e uma é a consulta ao povo”, defende Jorge Sampaio, justificando que a realização de eleições antecipadas não será “uma coisa mortal” para o país. O ex-Presidente frisa que a decisão é de Cavaco: “o problema é a oportunidade que se escolhe para isso”.
O antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, terá sido um dos principais críticos do sucessor, Cavaco Silva, no recente Conselho de Estado. O último chefe de Estado a usar a ‘bomba atómica’ da dissolução do Parlamento não confirma a divergência de opinião com o atual Presidente, mas rejeita que as eleições antecipadas sejam uma “ideia” a “evitar a todo o preço”.
“Não acho que seja uma coisa mortal. O problema é de oportunidade, qual é a oportunidade que se escolhe para isso. Há quem diga que este momento seria muito negativo. Eu penso que nenhum momento destes é negativo, mas obviamente que há razões de oportunidade. Não posso é subscrever a ideia de que uma consulta popular em abstrato seja algo que se tem que evitar a todo o preço”, adiantou Jorge Sampaio, numa entrevista à Antena 1.
“Não é assim”, insistiu, ainda sobre uma evental decisão de convocar eleições antecipadas: “a democracia tem soluções e uma é a consulta ao povo se isso for julgado evidente e necessário”.
