Tecnologia

Elefantes identificam voz e linguagem do Homem como método de proteção para ameaças

elefante 1elefanteOs elefantes de África (Loxodonta africana) são capazes de diferenciar as vozes e linguagem humanas para se protegerem das ameaças, segundo um estudo realizado no Quénia. Já se sabia que se protegiam pelo cheiro e pela visão, mas percebe-se agora que as palavras ditas por etnias mais perigosas geram nos elefantes maior preocupação do que as palavras dos povos amigos.

Estas conclusões resultam de um estudo realizado pelos investigadores Karen McComb, da Universidade de Sussex, na Inglaterra, e Graeme Shannon, da Universidade do Colorado (EUA).

O estudo– publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences – foi realizado no Quénia, no Parque Nacional Amboseli, onde ocorrem embates entre elefantes e uma etnia humana. São confrontos resultantes de disputas por fontes de água e por pastagens, numa luta pela sobrevivência entre Homem e animais selvagens.

Os elefantes são reiteradamente atacados, com lanças e outras armas, que provocam mortes de inúmeros animais. Sabe-se agora que os elefantes desenvolveram um modo de proteção para os humanos, através da voz.

A capacidade em se protegerem através desta ‘técnica’ é tão apurada que eles conseguem distinguir que tipo de povo comunica. Se o povo kamba, que vive da agricultura e não constitui ameaça, ou se se trata de humanos perigosos, como os masai, que geram maior preocupação naqueles animais.

Partindo do conhecimento que tinham dos paquidermes em perceber que tipo de fala caracterizava os humanos, tentaram chegar mais além. Gravaram vozes das etnias masai e kamba, nos dialetos que utilizam. As frases eram informativas, no sentido de avisar o povo de que um grupo de elefantes se aproximava, constituindo ameaça.

Depois, essas frases foram reproduzidas em altifalantes escondidos no Parque Nacional Amboseli. Restava aguardar a reação dos elefantes. No total, foram auscultados 47 grupos e gravadas as suas reações.

Dependentemente do grupo a que as vozes pertenciam, a resposta dos elefantes variava. Quando eram reproduzidos sons dos masai, os elefantes mostraram maior receio e agrupavam-se, como forma de se defenderem. Já as palavras dos ‘amigos’ kamba eram acatadas sem preocupação.

Também as vozes femininas e das crianças geraram menor preocupação, já que os elefantes sabem que não são atacados por mulheres ou crianças destas etnias – missão normalmente entregue aos homens das tribos.

Por outro lado, o vestuário diferencia estes povos e os animais conseguem perceber se estão em perigo ou não, através da visão. Sabe-se agora que também a voz humana é diferenciada.

Em destaque

Subir