Está criada a república das bananas, com a fusão da Chiquita e da Fyffes, empresas norte-americana e irlandesa que se fundiram para dar origem à ChiquitaFyffes, a maior do mundo deste mercado. A operação não é alheia aos benefícios fiscais irlandeses, que conduzem a Chiquita Brands International dos EUA para aquele país. E nós? Continuaremos a falar em “sair à irlandesa”, ou devemos mudar a… narrativa?

“Sair à irlandesa” tem sido a expressão em voga. Mas talvez fosse mais interessante falarmos de “entrar à irlandesa”, no que diz respeito a atrair investimento.

É que a entrada da Chiquita Brands International em território daquele país resulta num grande negócio no mercado das bananas e mostra qual o efeito de uma política amiga das empresas.

Já se sabe que a Irlanda é mestre na captação do investimento por via fiscal. E este negócio de fusão da Chiquita Brands International com a irlandesa Fyffes – que também opera no mercado das bananas é mais uma prova desse facto.

De acordo com o comunicado que resulta desta fusão, a empresa que resulta da operação fica sediada na Irlanda. Estimam-se vendas superiores a 3330 milhões de euros, com a nova líder mundial do mercado das bananas.

Transportar para a República da Irlanda uma república de bananas, a gigante que nasce da operação marcará presença em 70 países, com um total de 32 mil funcionários.

A ChiquitaFyffes será maioritariamente controlada por acionistas norte-americanos (50,7 por cento da Chiquita Brands International), com 49,3 por cento do capital social detidos pelos acionistas da Fyffes.

{loadposition pubt}Mas o gigante das bananas prepara-se também para apostar forte em frutos como melão e ananás e até em saladas embaladas.

Cavaco Silva recomendou a agricultura aos jovens portugueses, mas com concorrência desta dimensão, a tarefa não se afigura fácil…