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Economia angolana fecha o ano com recessão de 0,4%, diz FocusEconomics

A consultora FocusEconomics voltou a descer a previsão económica de Angola, colocando o país a fechar 2018 com uma recessão de 0,4 por cento, um resultado apoiado na diminuição do preço do crude e na desvalorização do kwanza angolano.

“A economia continuou numa forte recessão no segundo trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) a contrair-se 7,4 por cento em termos anuais, uma acentuada deterioração face aos resultados do primeiro trimestre (-4,7 por cento face ao período homólogo)”, escrevem os analistas na previsão económica para a África Subsaariana.

Na avaliação das economias africanas enviada hoje aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, a FocusEconomics baixou a previsão de crescimento para este ano em 1,1 pontos percentuais, face ao crescimento de 0,7 por cento previsto em outubro.

No entanto, o relatório anterior não incorporara os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, que apontava para uma recessão de 7,4 por cento no segundo trimestre.

“O declínio da produção petrolífera pesou na importantíssima extração de petróleo e setor da refinação, que por sua vez tirou uma parte do crescimento das exportações”, consideraram os analistas.

“A produção petrolífera voltou a derrapar no terceiro trimestre, enquanto uma desvalorização sustentada do kwanza e uma inflação elevada pesaram no poder de compra”, acrescentaram os autores da avaliação.

Para 2019, a consultora aumentou a perspetiva de expansão económica em 0,1 pontos, passando a ser de um crescimento de 2,3 por cento.

“Apesar do crescimento económico abaixo das expectativas na primeira metade do ano, o acordo pendente para receber apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) através de um Programa de Financiamento Ampliado (EFF, em inglês) anima a perspetiva para a economia angolana”, dizem os analistas.

Os autores da avaliação acreditam ainda que o apoio do FMI e o aumento do preço do petróleo, bem como o empréstimo de 2.000 milhões de dólares (1.766 milhões de euros) do China’s Development Bank podem “pôr a economia de Angola no caminho certo”, mas alertam para a crescente dívida externa e para a desvalorização da moeda angolana, o kwanza.

Os analistas acreditam que durante o próximo ano a moeda pode depreciar quase 10 por cento face ao atual câmbio com o dólar.

Atualmente, o dólar tem sido negociado a 310,3 kwanzas, mas a consultora acredita que no final de 2019 este valor subirá até aos 344,1, uma depreciação de 51,8 por cento desde a adoção do novo modelo cambial, janeiro de 2018.

Para o próximo ano, a previsão da inflação angolana mantém-se, tal como na previsão de outubro, nos 16,7 por cento.

Sobre a evolução da dívida pública, a FocusEconomics estima um crescimento para 75,7 por cento do PIB este ano e uma descida para 74,1 por cento em 2019.

Na mesma previsão económica para a África Subsaariana, os analistas da FocusEconomics reveem em alta o crescimento esperado para Moçambique em 2018, passando de 3,3 por cento para 3,4 por cento, com a expectativa para 2019 a continuar cifrada nos 3,5 por cento, uma estimativa sustentada no aumento do investimento no setor do gás natural.

Na ótica da consultora, o crescimento de toda a África Subsaariana para 2018 deverá ser de 3 por cento, prevendo uma melhoria de 3,6 por cento para as economias da região em 2019.

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