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“É preciso acabar com este Governo e com este Presidente”, diz Soares

mario soares 2mario soares 600Para Mário Soares, Cavaco Silva e o Governo “já deveriam ter apresentado a demissão”. O antigo Presidente da República é promotor de uma conferência na Aula Magna, que reúne a esquerda, ação que visa evitar “violência”, em resultado das políticas do executivo. “É preciso acabar com este Governo e com este Presidente da República”, disse o histórico socialista, em entrevista ao programa Política Mesmo, na TVI.

O antigo chefe de Estado é uma das mais fortes vozes de descontentamento, contra a governação de Passos Coelho e a ‘supervisão’ de Cavaco Silva. Mário Soares revelou ontem que a sua intervenção cívica não tem qualquer finalidade política e visa apenas “evitar a violência”, que, segundo vaticina, irá ocorrer, caso o Governo persista nestas políticas de “empobrecimento”, que deixam famílias em “extremas dificuldades”.

Hoje, Mário Soares junta alguns históricos socialistas e outros nomes que não fazem parte da esfera política. Na Aula Magna, em Lisboa, decorre o que se ousou chamar de “Conferência das Esquerdas” – denominação que Manuel Alegre já veio relativizar, afirmando que estarão reunidas pessoas que querem o bem de Portugal.

E na véspera deste encontro, Mário Soares concedeu uma entrevista à TVI24, transmitida no programa Política Mesmo. Entre as críticas que não são novidade no discurso de Soares, uma frase marcante: “É preciso acabar com este Governo e com este Presidente da República”.

Mário Soares assumiu que, se estivesse na cadeira de Cavaco Silva, já se teria demitido. A razão encontra-se nos sinais sociais que são transmitidos ao Presidente da República, que “nem pode sair à rua” sem ouvir “manifestações” de indignação de pessoas que “estão desesperadas”.

“Nunca ouvi ninguém a vaiar-me. Nunca deixei de andar na rua, de ir a todos os restaurantes, de falar com toda a gente que quis falar comigo”, recorda, comparando o seu mandato com o de Cavaco Silva e lembrando que o atual Presidente da República é alvo de manifestações, o que é raro na história da Democracia.

“O Presidente da República não defende a Constituição. Só se interessa pelo seu partido, por servir os interesses do seu partido. Está preocupadíssimo em manter o Governo, que é ilegítimo e está a desgraçar o País”, acusa Mário Soares.

Para o socialista, o Governo e o chefe de Estado deveriam saber retirar as conclusões destas mensagens dos cidadãos. Mário Soares teme que das manifestações se parta para a violência, quando as dificuldades económicas se transformarem em fome generalizada, de um país que não se vai erguer tão cedo, segundo teme.

“Julga que os portugueses vão ficar parados? As pessoas estão desesperadas, com os filhos a passar fome, têm que ir aos caixotes do lixo… Eu sou contra a violência e tenho sempre dito isso. E faço isto [este movimento cívico que se encontra hoje] para evitar a violência”, repetiu Mário Soares, nesta entrevista à TVI24.

Entre os presentes na conferência de hoje estarão Manuel Alegre, o ex-primeiro-ministro José Sócrates e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.

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