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Doentes renais com hepatite B “não correm risco”, garante empresa de diálise

hemodialiseA empresa de diálise NephroCare (que decidiu suspender o tratamento de doentes com hepatite B, provocando uma denúncia do Sindicato Independente dos Médicos) solicitou a transferência dos 64 insuficientes renais a quem prestava cuidados. Aquela empresa de diálise emitiu um comunicado onde explica que nenhum doente corre risco.

Depois de uma nota publicada pelo Sindicato Independente dos Médicos no seu site, na qual revelava ter “documentação” que comprovava que a empresa NephroCare Portugal iria suspender o tratamento de pessoas com hepatite B, medida com efeitos já a partir de novembro, surgiu a reação.

Em comunicado, a NephroCare Portugal refere que fez um pedido, a 6 de outubro, a todas as Administrações Regionais de Saúde, solicitando a transferência dos pacientes. Por outro lado, e empresa quis “saber qual o procedimento a adotar com vista à concretização da desativação das 11 salas de diálise afetas ao tratamento de doentes portadores do vírus da hepatite B”.

Nenhum doente corre risco, apesar do fecho das salas, que avança em novembro. Antes deste comunicado, Sindicato Independente dos Médicos tomou diligências no sentido de proteger os doentes, através da denúncia e da comunicação do problema.

O Sindicato decidiu “enviar um fax à Entidade Reguladora da Saúde e à Inspeção Geral das Atividades em Saúde”, a fazer a denúncia, anexando esses documentos, nos quais a NephroCare faz uma “comunicação sobre limitação futura de diálise aos portadores de vírus Hepatite B”.

“O SIM enviou, via fax, à Entidade Reguladora da Saúde e à Inspeção Geral das Atividades em Saúde, a documentação em seu poder sobre a empresa NephroCare. Compete agora a estas entidades a verificação de licitude e, mais importante, se estão acautelados os direitos e as expectativas dos doentes”, refere esse comunicado do sindicato.

Segundo afirmara o SIM, nenhuma outra entidade teria solicitado uma “intervenção, não parecendo ser do entendimento das ARS percorrer o mesmo caminho esclarecedor”. O SIM considera, assim, que se trata de uma medida “absolutamente louca”, em termos éticos e técnicos, com a única finalidade de proceder a “uma contenção de custos”.

Segundo adiantara a Lusa, o Ministério da Saúde já tem conhecimento desta decisão da empresa de diálise, sendo que as Administrações Regionais de Saúde estavam já a estudar alternativas para permitir a continuidade dos tratamentos.

A partir de novembro, está prevista a “desativação da sala de diálise afeta ao tratamento de doentes” portadores deste vírus. No entanto, esta decisão da NephroCare Portugal, que prevê suspender o tratamento de doentes renais que sejam portadores do vírus da hepatite B, vai ser alvo de um inquérito.

As clínicas de hemodiálise afetadas por esta atravessam todo o país. Faro (Algarve); Coimbra, Guarda e Viseu (Centro); Lumiar e Barreiro (Lisboa); e Braga, Gaia, Ponte da Barca, Feira e Maia (Norte). A Inspeção-Geral das Atividades da Saúde já abriu um processo, com o objetivo de averiguar as motivações da empresa.

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