Economia

Câmaras: ANMP não reconhece dívida apontada pelo Governo

miguel_relvas2Dois vice-presidentes da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) já rebateram os números do Governo sobre o endividamento das Câmaras Municipais. António José Ganhão considera que os 12 mil milhões de dívida apontados pelo ministro Miguel Relvas são irreais e devem resultar de “um erro de informação”. Já Ribau Esteves acusa Relvas de esquecer a dívida da Administração Central.

O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares apontou a dimensão do buraco dos municípios: Miguel Relvas fala de uma dívida que atinge os 12 mil milhões de euros, sendo que parte é a fornecedores e vence a curto prazo.

A reação não tardou e surge pela voz de um vice-presidente da ANMP, que aponta erros naquele valor relativo ao endividamento autárquico. “Deve haver algum erro. O valor está demasiadamente acima do que aquilo que temos contabilizado”, refere António José Ganhão.

O ‘vice’ da associação de municípios, que é também presidente da Câmara de Benavente, não quer “pôr em causa” as palavras de Miguel Relvas, mas exige que se “demonstre o contrário”, relativamente aos números tidos como certos, por parte da ANMP.

E esses números ficam-se pelos 7800 milhões de euros, dívida contabilizada pela Direção-Geral de Autarquias Locais, muito abaixo dos 12 mil milhões adiantados pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.

Outro vice-presidente da ANMP, Ribau Esteves, também reage negativamente às palavras de Miguel Relvas. E acusa o membro do Governo de disparar repetidamente contra os municípios, esquecendo a Administração Central, que tem uma dívida muito superior.

“O ministro, de dois em dois dias, fala do endividamento dos municípios. Mas nunca fala da Administração Central. E o Estado português enfrenta 200 mil milhões de dívida, por culpa, precisamente, da Administração Central”, afirmou Ribau Esteves, à rádio TSF.

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