Economia

“Descarrilamentos devem-se ao mau estado das linhas”, diz presidente da Medway

Carlos Vasconcelos, presidente da Medway, lamentou que em Portugal não se invista na ferrovia, ao contrário do que faz Espanha, e garantiu que quase todos os descarrilamentos se devem “ao mau estado das linhas”.

Em entrevista ao Público, o gestor que lidera a antiga CP Carga avançou que a quase totalidade dos descarrilamentos registados desde 2016 foram provocados pelo mau estado da ferrovia e não por qualquer problema nos comboios.

A resposta surgiu quando foi confrontado com os sete descarrilamentos de comboios da Medway contra apenas um da Takargo (desde 2016), sendo que a primeira domina 90 por cento do mercado ferroviário de carga português, contra apenas 10 por cento da segunda.

“Quase cem por cento desses descarrilamentos deveu-se ao mau estado das linhas”, garantiu Carlos Vasconcelos.

“Penso que só houve um em que havia um defeito num rodado. Há, de facto, troços na ferrovia que podem provocar descarrilamentos”, insistiu.

O presidente da Medway salientou que o problema da falta de competitividade da ferrovia nacional não se deve à bitola ibérica, “uma falsa questão”, mas sim à falta de investimento na rede.

“Os problemas são outros, são as linhas que, ou não são electrificadas, ou têm sistemas de explorações diferentes. O mercado são também os 96 por cento da rodovia. O nosso concorrente é a rodovia e para a combater não precisamos de bitola europeia, precisamos é de melhores linhas”, reforçou.

Para além da “falta de canais”, a rede ferroviária nacional não permite a circulação de comboios com 750 metros, enquanto outras linhas “reduzem a capacidade de tração” das máquinas.

“A Espanha tem melhor infraestrutura do que em Portugal”, concluiu: “Tem investido na ferrovia ao longo dos anos”.

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