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Derrota cruel do FC Porto frente ao Estoril, na noite em que a SAD saiu à rua

fcportofc porto estoril O FC Porto deu um tiro no pé, na corrida à revalidação do título, perdendo em casa com o Estoril – cinco anos depois da última derrota no Dragão, diante do Leixões (2-3) – e imediatamente surgem rumores da saída de Paulo Fonseca. Porém, o pós-jogo acabou por marcar a noite, com a SAD a sair à rua e a dar ordens à polícia, que quis evitar confronto. “Só os ratos fogem”, disse o líder portista.

O FC Porto perdeu ontem com o Estoril, por 0-1, com golo marcado por Evandro, na conversão de uma grande penalidade, cometida por Mangala (o francês viu um cartão vermelho e falha a deslocação do FC Porto a Guimarães, na próxima jornada).

A consequência direta deste resultado é a perda do segundo lugar, agora ocupado pelo Sporting (venceu em Vila do Conde por 2-1, depois de estar a perder por 1-0, graças a golos de Slimani e Carlos Mané). Mas a equipa de Paulo Fonseca enfrenta outras consequências, que estão muito para além da eventualidade de ficar a sete pontos do Benfica.

E essa eventualidade esteve presente no ‘estado de sítio’ que se viveu às portas do Estádio do Dragão, que se despediu de Paulo Fonseca com lenços brancos. Os adeptos sentem que a revalidação do título está cada vez mais difícil e quiseram manifestar a sua fúria, junto à porta de saída dos jogadores.

Entretanto, surgiram boatos – desmentidos por Pinto da Costa – de que Paulo Fonseca já teria colocado o lugar à disposição. A RTP avançava com a notícia de que o treinador do Estoril, Marco Silva, poderia suceder a Fonseca.

Numa catadupa de notícias não confirmadas, o inconformado presidente do FC Porto, acompanhado por todos os elementos da SAD, deslocou-se até às portas do estádio, para… contrariar o plano traçado pela PSP.

As autoridades queriam evitar cruzamentos entre adeptos e jogadores, pelo que definiu um trajeto para os automóveis, contrário ao sentido que Pinto da Costa queria. Prevaleceu a ordem da SAD do FC Porto perante a ordem das forças de segurança, num episódio caricato.

A RTP revelava que o presidente dos dragões queria que os jogadores sentissem a fúria dos adeptos. A PSP, no entanto, temia este encontro.

Entretanto, Pinto da Costa aproxima-se dos jornalistas, para explicar o sucedido. “Só os ratos é que fogem”, disse o líder dos dragões, que ficou irritado com um jornalista que considerou “pertinente” abordar o futuro de Paulo Fonseca.

Pinto da Costa revelou que não era verdade que o técnico estivesse de saída e classificou de “novidade” a informação que garantia que o treinador teria colocado à disposição. A ‘conferência de imprensa’ improvisada terminou com o presidente do FC Porto agastado, a dar ordens de saída para um jornalista.

O pós-jogo deixou para segundo plano um facto que nem é novo: o FC Porto voltou a não jogar bem e percebeu-se que o mito de que Paulo Fonseca conseguira criar um bom onze (com Herrera na equipa) caiu por terra.

Na ressaca de um mau resultado frente ao Eintracht de Frankfurt (2-2) e na iminência de ver partir o Benfica, com o Sporting a subir, o FC Porto cede no momento em que mais se exigia uma resposta forte.

Mas não basta criticar a equipa da casa. Há muito mérito deste Estoril, que depois de uma época notável, viu partir alguns dos seus melhores jogadores. Ontem, no Estádio do Dragão, viu-se privado de um dos seus melhores jogadores, lesionado. Mesmo assim, a equipa de Marco Silva mostrou que o futebol tem pouca lógica.

E Paulo Fonseca, que há um ano brilhava em Paços Ferreira, não pode ter desaprendido. Procuram-se explicações para um fenómeno que alguns apelidam de “fim de ciclo”.

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