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Dérbi Benfica-Sporting ainda se joga fora das quatro linhas

estadio luz 1{loadposition inline}Benfica reage em comunicado às declarações dos responsáveis do Sporting no passado sábado, no final da partida entre águias e leões a contar para a Taça de Portugal. Encarnados defendem que os erros de arbitragem prejudicaram as duas partes.

Como já tem sido hábito nos últimos anos no futebol português, um dérbi entre Benfica e Sporting passa muito para lá dos 90 minutos, ou mesmo dos 120.

No sábado as águias eliminaram os leões da Taça de Portugal numa partida eletrizante. No final da partida, Bruno de Carvalho era o rosto e a boca da revolta. O líder leonino criticou o trabalho de Duarte Gomes: “Não é normal errar só para um lado”, afirmou.

No dia seguinte ao jogo soube-se ainda que o Sporting solicitou o relatório do árbitro do encontro.

Já esta segunda-feira, seria o Benfica a ‘contra-atacar’. Através de um comunicado os encarnados pedem coerência na análise aos lances da partida e sublinham que existiram erros que prejudicaram ambas as equipas.

Os encarnados criticam ainda a atitude de Bruno de Carvalho no final da partida, considerando inadmissível a forma como o presidente dos leões se dirigiu a Jorge Jesus.

Veja o comunicado de seguida na íntegra:

“Resistiu, até esta segunda-feira, o Sport Lisboa e Benfica a entrar numa discussão que entendeu ser natural num primeiro momento, mas que no tempo e no tom em que a mesma se está a prolongar é completamente absurda e merece repúdio.

Sejamos sérios. Há lances de dúvida no jogo? Claro que há, como há em todos os jogos com a intensidade em que decorreu o jogo do passado sábado. Os lances duvidosos repartiram-se, mas os reparos e acusações limitaram-se a apontar, de forma parcial, prejuízos apenas para o Sporting Clube de Portugal.

É claro que a omissão, por parte do operador televisivo, da linha virtual em alguns casos e da má colocação da mesma em outros também contribuiu para desvirtuar a análise de alguns lances.
A discussão faz parte do Futebol e por isso é legítimo que o Sporting peça os relatórios que entender sobre o jogo, e que disso dê publicidade nos jornais que entende, mas seria coerente que pedissem, com a mesma indignação que publicamente têm exibido, os relatórios do jogo com o Benfica em Alvalade, com a Académica em Coimbra, com o Olhanense no Algarve e com o Marítimo, também em Alvalade.

Não podemos reclamar apenas de algumas cenas do filme, temos de ser coerentes e ter memória do filme todo. Quando assim não acontece perdemos credibilidade e ficamos reféns da demagogia e do mais primário populismo.

Quantas vezes já vimos alguns diretores, editores ou articulistas de jornais escreverem e condenarem o excesso de protagonismo que os dirigentes assumem em detrimento dos jogadores? E do absurdo de discutir as arbitragens da forma como se discutem em detrimento do jogo?

Pois bem, os jornais e os seus diretores têm toda a legitimidade de definir a linha editorial, os editores e opinadores têm todo o direito em assumir o que bem entenderem, mas uma vez percorrido este caminho não podem, no futuro, estes mesmos responsáveis voltar a cair na tentação hipócrita de criticar este tipo de comportamento por parte dos dirigentes desportivos, dada a forma como estão a dar eco de algumas declarações irresponsáveis.

Registe-se, ainda, que não houve da parte de nenhum dirigente do Benfica qualquer palavra desrespeitosa em relação a algum profissional do Sporting. Não é admissível, por isso, que o presidente do Sporting, pela segunda vez, se dirija da forma que se dirigiu ao treinador do Sport Lisboa e Benfica. A liberdade de expressão tem fronteiras que devem ser respeitadas. Não é por gritar mais alto nem por insultar mais vezes que se ganha a razão.”

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