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Demolida a casa do monstro de Cleveland com uma das vítimas a assistir

demolicao ariel castro casa cleveland1demolicao ariel castro casa clevelandNum ato carregado de simbolismo, a casa de Ariel Castro, sequestrador de Cleveland (EUA), foi demolida. As paredes onde o Ariel manteve três mulheres em cativeiro durante mais de 10 anos caíram, com Michelle Knight, uma das vítimas de sequestro e violação, a assistir ao momento, tal como familiares e amigos.

Cleveland, nos Estados Unidos, viveu ontem um dia que tenta ajudar a sarar feridas incuráveis, de três mulheres que foram vítimas de Ariel Castro, sequestrador de Cleveland que ao longo de mais de uma década manteve em cativeiro três mulheres, que foram violadas e maltratadas, impedidas de ver a luz do dia.

A demolição tenta fechar um capítulo de inenarrável sofrimento, numa das mais cruéis histórias de violência sobre o ser humano. Michelle Knight, uma das vítimas de repetidos crimes, que se prolongaram durante mais de uma década, fez questão de assistir ao momento em que as paredes daquele castelo de horror caíram.

Foi uma espécie de parágrafo de uma história que tivera ponto de final, quando uma das vítimas conseguiu libertar-se das amarras que Ariel Castro montou em Cleveland, sem que vizinhos se apercebessem das barbaridades que aquelas paredes escondiam.

Michelle Knight justificou a sua presença na demolição da casa dos horrores. Diz que quis deixar “uma mensagem de esperança” para todas as mães que vivem o desespero de encontrar filhos desaparecidos. “Um dia, essas crianças podem voltar”, repete Michelle, vezes sem fim, com a sabedoria de quem provou essa verdade.

Ariel Castro manteve em cativeiro três mulheres, que foram reiteradamente violadas durante mais de 10 anos. O homem, que na passada quinta-feira foi condenado a prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional, pediu desculpa às vítimas, justificando os seus crimes com uma alegada doença, que o faz depender de relações sexuais.

Não são as desculpas de Ariel Castro que fazem superar o trauma destas mulheres – bem como da criança que nasceu na casa de Cleveland, fruto de uma violação –, nem sequer a demolição da casa. Mas, lentamente, a dor destas mulheres vai sendo transformada em memória. Dolorosa.

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