Depois dos menos de 90 mil nascimentos em Portugal no ano passado, 2013 deverá encerrar com um novo mínimo histórico. A crise é o principal factor para que, este ano, o número de nascimentos não chegue sequer aos 80 mil.
Quando o ano chegar ao fim, o número de pessoas nascidas em Portugal não chegará aos 80 mil. A confirmarem-se as previsões, será um novo recorde pela negativa: no ano passado e pela primeira vez, o número de nascimentos não chegou aos 90 mil.
As previsões baseiam-se nos números do Instituto Nacional de Estatística, que entre janeiro e julho registou uma média de queda no número de nascimentos a rondar os 12 por cento. Nas contas da Associação Portuguesa de Demografia (APD) e mantendo-se esta tendência, 2013 vai fechar sem que o número de nascimentos atinja os 80 mil, sendo praticamente impossível que recupere para os quase 90 mil do ano passado.
A crise, mais direta ou não, é o principal fator para esta quebra na natalidade, avança a presidente da APD, Maria Filomena Mendes, citada pela TSF. A investigadora Vanessa Cunha complementa o raciocínio: a quebra no rendimento das famílias, o desemprego e a precariedade laboral e a emigração (em especial dos jovens) explicam, na grande maioria, os motivos pelos quais Portugal vai voltar a bater o recorde mínimo de nascimentos.
A socióloga do Instituto de Ciências Sociais acrescenta ainda que a falta de estabilidade económica é o principal motivo para que diminuam os nascimentos de um primeiro filho e, em especial, de um segundo.