De acordo com a Deco, existem vestígios de anti-inflamatórios presentes na carne de cavalo que esteve à venda em Portugal, em alguns hambúrgueres e almôndegas. Esta descoberta lança dúvidas sobre riscos para a saúde do consumidor. O uso daqueles medicamentos é ilegal, quando usados em animais destinados a consumo humano.
A Associação de Defesa do Consumidor alerta para a presença de anti-inflamatórios na carne de cavalo que foi comercializada em Portugal, em hambúrgueres e em almôndegas de duas marcas.
O medicamento em causa é o fenilbutazona, anti-inflamatório que estava presente, segundo a Deco, nas amostras (recolhidas e analisadas) de almôndegas comercializadas pelo grupo Auchan e hambúrgueres da marca Polegar. Estes produtos tinham apresentado vestígios de carne de cavalo.
A Deco chegou a esta conclusão depois de realizar exames laboratoriais a lotes de carne que, entretanto, foram retirados do mercado. O sistema de alerta rápido da União Europeia terá agora conhecimento desta deteção de medicamentos na carne, tal como a lei obriga.
Os profissionais da Associação de Defesa do Consumidor salientam que a concentração de anti-inflamatórios é muito reduzida. No entanto, representa um potencial risco para a saúde.
A Deco levanta dúvidas, por outro lado, sobre o uso de medicação em animais destinados a consumo humano, o que a lei não permite. Mas esta associação coloca também como cenário a possibilidade de esses medicamentos terem sido usados em animais que podem ser tratados com esse tipo de anti-inflamatórios, por não se destinarem a consumo humano.
Certo é que houve um atropelo na legislação, já que os anti-inflamatórios foram detetados em carnes que foram colocadas para venda, o que suscita questões que se prendem com a segurança alimentar.