A culpa da crise, segundo Vítor Gaspar, é do bisavô de Manuela Ferreira Leite, Dias Ferreira, que optou por não pagar a dívida portuguesa, em 1892, quando era presidente do Conselho de Ministros. Durante o Fórum das Políticas Públicas, no ISCTE, em Lisboa, o ex-ministro das Finanças lembra a decisão de rejeitar um “convénio com os credores proposto”. Gaspar precisou de recuar um século para justificar o programa de ajustamento.
Qual é a personalidade política que tem culpa na crise? Vítor Gaspar recuou mais de um século e encontrou a resposta: Dias Ferreira, bisavô de Manuela Ferreira Leite.
Segundo Gaspar, a origem da crise da dívida está em 1892, quando Dias Ferreira “rejeitou o convénio com os credores proposto”, segundo escreve o Correio da Manhã.
Essa decisão veio a revelar-se fatal. O bisavô da ex-ministra das Finanças também defendeu que “não se deveria pagar a dívida”, destacou Vítor Gaspar, durante o Fórum das Políticas Públicas, que decorre no ISCTE.
E quem estava na plateia a ouvir o ex-ministro. Precisamente a ‘herdeira’ da culpa: Manuela Ferreira Leite, que, ao lado de outros titulares da pasta das Finanças – além de Vítor Gaspar, também Teixeira dos Santos e Bagão Félix discursaram sobre a crise da dívida –, apontou as soluções para um Portugal que tenta reerguer-se.
E independentemente do bisavô de Manuela Ferreira Leite ter ou não culpa, a verdade é que, mais do que procurar responsáveis, importa encontrar soluções. E todos os ex-ministros das Finanças consideram que o pós-troika deve vir acompanhado de um programa cautelar.
Os quatro ministros que tiveram a seu cargo a pasta das Finanças chegaram a um… consenso. Bagão Félix, Ferreira Leite, Teixeira dos Santos e Vítor Gaspar entendem que essa “rede de proteção” (palavras de Teixeira dos Santos) não pode ser dispensada.
“Para Portugal sair do programa precisa de um mecanismo de seguro, de um mecanismo de solidariedade, um apoio condicional da parte da Europa”, destacou Vítor Gaspar, citado pelo CM.
O Fórum das Políticas Públicas surge numa altura em que Portugal prepara o final do programa de ajustamento e num momento em que surgiu um documento chamado “Manifesto dos 70”, que aponta soluções para o erro do bisavô de Manuela Ferreira Leite.
