A crise potencia a obesidade, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN). Vítor Oliveira alerta para as escolhas de alimentos de preço mais reduzido e distúrbios do sono, suscitados por ansiedade e depressão, como razões para aumentar o número de portugueses obesos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia alerta para o problema do aumento da obesidade em Portugal, como efeito da fraca qualidade dos alimentos (em virtude da crise) e de problemas como a ansiedade e a depressão (efeito do mesmo cenário económico).
“O empobrecimento leva as pessoas a comer pior”, recorrendo a “alimentos mais baratos”, assinala o neurologista. E essa é a razão de “haver cada vez mais gordos”, uma vez que “as pessoas fogem para o que é mais barato”.
O Congresso da Neurologia, que vai decorrer na cidade de Lisboa, a partir de quinta-feira, vai ter como temática o sono, precisamente numa altura em que os portugueses atravessam problemas sociais com relação com esta problemática. A crise afeta o sono e, como efeito dessa realidade, interfere na vida saudável, ao aumentar casos de obesidade.
As pessoas dormem cada vez pior, em virtude da crise, e além de estarem a ficar obesas, enfrentam cada vez mais problemas respiratórios, ainda segundo o presidente da SPN.
“Em situações de mais ansiedade e depressão, as pessoas dormem pior e não têm níveis profundos de sono, o que tem repercussões no dia-a-dia, como dores de cabeça ou um fraco rendimento profissional”, alerta o neurologista Vítor Oliveira, em declarações à Lusa.
A obesidade, por seu turno, afeta o sono, provocando doenças como a apneia obstrutiva, já que as pessoas com maior peso enfrentam mais dificuldade em respirar. Assim, o neurologista recomenda que as pessoas tenham mais cuidado com os alimentos que ingerem e com o combate ao sedentarismo.
“Correr na rua ainda não paga impostos”, assinala Vítor Oliveira, lembrando que os problemas do excesso de peso e da fraca qualidade do sono não devem ser desvalorizados. Recentemente, foi tornado público um estudo que associa o tabagismo a problemas de sono.
