A adesão da região ucraniana da Crimeia à Federação Russa poderá ficar concluída “em meses”. Serguei Axionov, o primeiro ministro da república autónoma, promete “trabalhar 24 horas por dia” para concluir a anexação à Rússia o mais cedo possível.

O executivo pró-russo da Crimeia, uma república autónoma da Ucrânia, quer concluir o processo de secessão e posterior anexação à Rússia o mais cedo possível.

De acordo com o primeiro-ministro, Serguei Axionov, a maioria da população da Crimeia será favorável à separação da Ucrânia e posterior adesão à Federação Russa, intenção que será sujeita a referendo no próximo domingo.

“Se a consulta popular disser que sim, que a Crimeia deve formar parte da Rússia, começaremos a trabalhar 24 horas por dia”, garantiu o líder do executivo da região autónoma, entrevistado pela RIA-Novosti, a agência oficial da Rússia.

Convicto do resultado por antecipação, apesar do Governo da Ucrânia ter decretado que o referendo é “ilegal”, Axionov prometeu concluir “em meses” o processo de adesão à Federação Russa.

O primeiro passo será a adoção da moeda oficial da Rússia, o rublo, como a moeda oficial da Crimeia.

Prenda e deportação

Atualmente, a península da Crimeia é um território de soberania ucraniana, mas nem sempre foi assim.

Em 1954, na altura da União Soviética, a península foi ‘oferecida’ por Kruschov à Ucrânia, como uma ‘prenda’ para sinalizar o 30.º aniversário da unificação da Rússia com a Ucrânia. Daí que a maioria da população seja de etnia russa.

Só que essa maioria assentou num outro facto histórico que tem sido pouco recordado: em 1944, Estaline mandou deportar à força a população da Crimeia, cuja maioria era, desde a ocupação otomana do século XIII, de etnia tártara.

À deportação forçada somou-se a fome, que na década de 40 do século passado terá morto quatro em cada dez habitantes da Crimeia.

Antes, a península pertencera a genoveses, venezianos, mongóis, hunos, cazaques, godos, romanos, gregos e persas.