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Convocado protesto contra acórdão da “mulher adúltera”

Uma rede de ativistas feministas convocou um protesto, para as 18h00 de sexta-feira, em frente à antiga Cadeia da Relação (Porto), contra o acórdão do caso da “mulher adúltera”. A manifestação vai servir para mostrar que “machismo não é justiça, é crime”.

A iniciativa foi convocada pelo movimento Parar o Machismo, Construir a Igualdade, que se assume como “uma rede de ativistas feministas que procura reunir coletivos, associações, organizações políticas em torno de campanhas concretas”.

A escolha dos jardins da Cordoaria tem um motivo: foi na Cadeia da Relação que Camilo Castelo Branco e Ana Plácido cumpriram pena, há 157 anos: ele por “ter copulado com mulher casada” e ela “por adultério”.

E é um novo caso de adultério que, no século XXI, serve de base ao protesto marcado para sexta-feira. Mais precisamente, o “adultério” de uma vítima de violência doméstica, num caso deliberado pela Relação do Porto que está a gerar forte polémica.

“Estamos em 2017, a violência doméstica é crime público em Portugal. Estes discursos proferidos por membros de órgãos de soberania, ao arrepio da decência e dos valores da imparcialidade da justiça, acabam por legitimar todas as formas de violência contras as mulheres”, argumenta a plataforma Parar o Machismo, Construir a Igualdade.

“Em 2016, segundo as estatísticas da APAV, todos os dias 14 mulheres foram agredidas, o que perfaz um total de quase 5200 nesse ano. Mais de 450 mulheres foram assassinadas pelos seus companheiros ou ex-companheiros nos últimos 12 anos. Violência contras as mulheres é crime, assim como o é o machismo”, insiste o movimento, que pretende com o protesto repudiar os “julgamentos morais machistas que alguns representantes da justiça continuam a perpetuar”.

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