A venda de sangue é uma fonte de receitas para o Hospital de São João. Depois de ter comprado sangue e derivados em 2011, a unidade portuense tornou-se autossuficiente e até aproveita os excedentes para vender a outros hospitais, num negócio que já rendeu entre 125 a 175 mil euros.

O São João, como qualquer hospital, necessita de sangue, de muito sangue para desenvolver a atividade médica. Em 2011, esta unidade portuense teve de gastar 250 mil euros na compra, ao Instituto Português do Sangue, de sangue e derivados, de forma a ter as reservas necessárias aos inúmeros procedimentos clínicos. A boa gestão deste produto biológico permitiu ao São João tornar-se excedentário e, através da venda de sangue a outras unidades hospitalares, angariar entre “125 a 175 mil euros” em receitas.

Os números foram avançados pelo presidente do conselho de administração. Em declarações à Antena 1, António Ferreira justificou ser “necessário eliminar os constrangimentos” na obtenção deste recurso, tão vital no campo da saúde, e admitiu a intenção de, “com a nossa gente, criar um superavit de sangue para o nosso hospital e para todo o País”.

Uma política que começa dentro de portas, com a administração a querer “mobilizar os 5875 funcionários do Hospital para que doem sangue”. O exemplo tem que vir de dentro, tanto mais que, deste o fim da isenção de taxas moderadoras para os dadores, as dádivas baixaram entre “10 a 15 por cento”. A segunda etapa será na rua, com brigadas de recolha de sangue a ir ter ao encontro dos potenciais dadores.

“Vamos ajudar as pessoas, que não têm de ser penalizadas por darem sangue”, explicou António Ferreira, lembrando que os dadores “têm de sair dos empregos para ir dar sangue ao hospital e ainda têm de pagar os transportes e as taxas” moderadoras. O Hospital de São João, o maior do Norte, vai ainda bater à porta de empresas em busca de patrocínios para estas brigadas de recolha, contando também com a colaboração da Liga dos Amigos.