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Com vídeo: Sobrevivente beija os pés a militar, 70 anos após Dachau

sobrevivente e salvador Há quase 70 anos, o exército dos EUA libertava os prisioneiros do campo nazi de Dachau. Já em 2015, dois idosos encontraram-se numa praia da Califórnia e um deles beijou os pés do outro. Foi a forma encontrada por Joshua Kaufman para agradecer a Daniel Gillespie pela libertação.

O Holocausto foi há sete décadas, mas ainda há sobreviventes que não deixam cair a História no esquecimento. Joshua Kaufman e Daniel Gillespie são dois desses testemunhos vivos.

Em 1945, Joshua Kaufman não existia. Era apenas um número, que evocava um escravo de uma fábrica de munições no campo de concentração de Dachau, na Alemanha.

Nesse mesmo ano, Daniel Gillespie era um dos milhares de americanos que tinha atravessado o Atlântico para ajudar a libertar a Europa da Alemanha nazi.

Já este ano, Joshua Kaufman e Daniel Gillespie encontraram-se na praia de Hungtington Beach, na Califórnia (EUA). Ou melhor, reencontraram-se, passados quase 70 anos.

Gillespie não sabia, mas Kaufman foi uma das 35 mil pessoas que devolveu à vida quando, a 29 de abril de 1945, o exército norte-americano libertou o campo de Dachau.

“Esperei 70 anos para te poder dizer isto”, começou por afirmar Kaufman, enquanto beijava a mão do salvador e se ajoelhava para lhe beijar os pés: “Eu devo-te a minha vida. Amo-te tanto”.

O reencontro foi promovido por Emanuel Rotstein, o realizador do documentário ‘Libertadores de Dachau’, que será emitido nos canais da rede History Channel em maio, quando se assinalarem os 70 anos da libertação.

“Eu vi a bandeira branca a voar na torre de observação e percebi que a tortura tinha chegado ao fim”, recordou Kaufman: “Quando os norte-americanos escancararam as portas, o meu coração deu um salto. Eu saí do inferno para a luz. Por isso, e graças a ele, eu estou eternamente grato”.

Gillespie também tem na memória esse dia: “Foi o choque mais profundo da minha vida. Essa libertação transformou a minha vida para sempre”.

Joshua Kaufman, que perdeu a mãe e três irmãs no campo de Auschwitz, foi morar para os EUA, onde casou, teve quatro filhas e trabalhou. Depois de terminar o serviço militar, Daniel Gillespie casou, teve oito filhos e tornou-se um vendedor de sucesso.

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