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Clientes da Vodafone espiados: Grupo admite acessos em seis países

vodafonetelemoveis espiadosOs clientes de seis países do grupo Vodafone podem ser espiados pelos governos locais. A empresa, presente em 29 países, admite que as autoridades desse sexteto têm acesso direto aos dados armazenados na rede, podendo saber onde os clientes estão e o que estão a dizer.

A Vodafone admitiu, num relatório a que o jornal The Guardian teve acesso, que os clientes da empresa em pelo menos seis países podem ser espiados pelas autoridades locais, sem conhecimento dos envolvidos e da própria empresa.

No mesmo documento, o grupo justificou que é obrigado a seguir as leis “aprovadas para defenderem a segurança nacional e a segurança pública” dos 29 países onde está presente, o que permite que, em pelo menos seis estados, os governos possam aceder ao conteúdo das comunicações e obter uma geolocalização dos telemóveis.

Nesses seis países, as autoridades têm acesso direto aos dados armazenados nas redes da Vodafone, pelo que nem a empresa sabe se ou quando os clientes estarão a ser espiados. Se as leis não forem cumpridas, salienta o relatório, o grupo pode perder a licença para operar.

Não é o caso de Portugal. Como na maioria dos países onde a Vodafone está presente, só com um mandado judicial é que as autoridades podem intercetar comunicações.

De acordo com os dados citados pelo The Guardian, a empresa portuguesa recebeu, durante o ano passado, 28.145 pedidos de acesso a informação de clientes.

“Os governos terem acesso aos telefonemas com um simples premir de botão é simplesmente inédito e aterrador”, comentou Shami Chakrabarti, dirigente da Shami Chakrabarti, uma organização de defesa dos direitos humanos, citado pela BBC.

O relatório veio a público um ano após a divulgação das primeiras informações de Edward Snowden, o antigo analista da CIA que denunciou as práticas de espionagem de agências como a CIA.

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