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Ciência pode recuperar olfato em pessoas que nascem sem este sentido

camundongosDepois de terem devolvido o olfato a camundongos – uma espécie de rato de pequenas dimensões – cientistas norte-americanos estudam a possibilidade de aplicar a técnica a humanos. Pessoas que padeçam de doenças de rins e dos olhos também poderão ser tratadas com recurso ao mesmo mecanismo.

Uma equipa de cientistas norte-americana conseguiu devolver o sentido do olfato a camundongos, uma espécie de ratos com um problema genéticos que não lhes permitia cheirar.

Publicado na revista científica ‘Nature Medicine’, o estudo assume grande importância, na medida em que a ciência provou ser capaz de corrigir um problema num cinco sentidos, mas também porque a mesma técnica poderá vir a ser aplicada em humanos que, por algum motivo genético, não tenham olfato.

A técnica age na célula nervosas do corpo, na zona onde o cheiro é sentido. Nas pessoas, verifica-se, em alguns casos, uma mutação genética que impede que essas células tenham cílios. Desse modo, os pacientes não são capazes de sentir o cheiro – um ser humano sem problemas consegue detetar cerca de 10 mil odores diferentes.

Nesta pesquisa liderada pelo investigador Jeffrey Martens, da Universidade de Michigan (EUA), os cientistas recorreram a um vírus, que transportou para os camundongos o gene que permite o desenvolvimento dos cílios necessários para o olfato. Ao longo de três dias de tratamento, os pequenos ratos inalaram esse vírus.

E 10 dias mais tarde, já alterados geneticamente, as células dos camundongos criaram cílios, processo que permitiu desenvolver o sentido do olfato, de uma forma normal.

Os cientistas norte-americanos acreditam que a mesma técnica poderá ser utilizada em humanos que tenham nascido sem este sentido, desde que essa ausência de olfato se deva a problemas genéticos – nos casos em que a perda do olfato resulta de uma doença ou de um acidente, a técnica não será eficaz.

Mas este processo tem outras potencialidades, no tratamento de doenças que não tenham a mínima relação com o cheiro. O trabalho dos investigadores norte-americanos é, agora, adaptar a técnica a humanos e perceber as suas potencialidades.

Diversas doenças que resultem em deficiências dos cílios (algumas das quais responsáveis por insuficiências renais e problemas que levam à cegueira) também deverão poder ser tratadas deste modo.

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