O processo movido pelos pais de Madeleine McCann contra Gonçalo Amaral, por causa do livro ‘A verdade da mentira’, entrou hoje nas alegações finais. Os pais de Maddie consideraram a obra “chocante” e sustentaram que agravou o “desespero” quanto ao desaparecimento da menina.

Gerry e Kate McCann, os pais de Maddie, afirmaram hoje que o livro ‘A verdade da mentira’ é chocante, durante as alegações finais da ação cível que o casal moveu contra Gonçalo Amaral, o autor da obra.

A obra, que desenvolve a tese defendida pelo ex-inspetor da Polícia Judiciária, foi encarada pelos McCann como “uma afronta”, uma vez que Gonçalo Amaral alega que houve envolvimento dos pais no desaparecimento de Madeleine, a menina vista pela última vez no quarto do aldeamento turístico na Praia da Luz a 3 de maio de 2007.

“Antes e durante a leitura do livro senti angústia, desespero e raiva”, afirmou Gerry McCann, enquanto a esposa, Kate, declarou ter sentido “desespero por causa das injustiças” publicadas em ‘A verdade da mentira’.

Foi “muito doloroso” ler a tese de que esteve envolvida no desaparecimento de Maddie, acrescentou a mãe da menina.

Na ação cível, a decorrer no Palácio da Justiça, em Lisboa, o casal McCann exige uma indemnização de 1,2 milhões de euros a Gonçalo Amaral, calculada com base na proteção de direitos, liberdade e garantias e na acusação de difamação por parte do ex-inspetor.

Os pais de Maddie sustentam ainda que o livro, do qual foram vendidas centenas de milhares de exemplares, contribuiu para perturbar a investigação sobre o caso e levou a opinião pública a acreditar que o casal McCann esteve envolvido no desaparecimento da criança.

‘A verdade da mentira’ baseia-se na tese de que a criança teria morrido e que os pais teriam encenado um rapto para fazer desaparecer o corpo.