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China: diabetes é um problema que ‘engorda’ a um ritmo quatro vezes superior ao dos EUA

chines_gordoA China está a enfrentar um problema de peso, literalmente: o índice de obesidade infantil disparou, colocando a taxa de diabetes quatro vezes superior à dos EUA. Em consequência, também os riscos de problemas cardiometabólicos se têm agravado.

É um problema de peso, literalmente: a obesidade na China é uma realidade cada vez mais premente e, quanto mais novos são os escalões etários, mais se acentua esta tendência. Segundo os dados divulgados na Obesity Reviews, a revista da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade, a taxa de diabetes entre as crianças e jovens chineses é já quatro vezes superior à registada nos EUA. Em consequência, os mais novos do Império do Meio estão mais propensos a contraírem doenças cardiovasculares.

O crescimento da economia chinesa, que já é a segunda maior do mundo, provocou alterações em toda a sociedade, mudando os padrões de dieta e de atividade física. Tal ficou comprovado nesse estudo publicado na Obesity Reviews.

Durante 20 anos, um grupo de investigadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA) registou os dados de mudanças de peso, hábitos alimentares e níveis de atividade física dos pacientes, num estudo que envolveu 29 mil pessoas, distribuídas por 300 comunidades. Analisando os resultados, os cientistas comprovaram “um grande aumento nos fatores de risco cardiometabólico e de excesso de peso”.

O estudo demonstrou que as taxas de diabetes e pré-diabetes se situam nos 1,9 e 14,9 por cento, respetivamente, nas crianças de entre 7 e 17 anos: isto significa que 1,7 milhões de crianças têm diabetes e outros 27,7 milhões são consideradas pré-diabéticas. A surpresa chegou quando estes valores foram comparados com os resultados nos EUA, demonstrando que as taxas de diabetes e de fatores de risco cardiovascular são quatro vezes maiores entre a população jovem chinesa.

“Além disso, mais de 35 por cento das crianças menores de 18 anos têm níveis elevados de, pelo menos, um fator de risco cardiometabólico”, acrescentou o principal autor, Barry Popkin. A manter-se este ritmo, o sistema de saúde pública na China poderá entrar em risco de colapso: “o que é inédito é a mudança na dieta, peso e risco cardiovascular em crianças de sete anos ou mais. Esses números mostram o enorme fardo que o sistema de saúde da China terá de enfrentar se nada mudar”.

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