Economia

Cerâmica de Valadares: Restam 120 dias para atrair investidores que salvem a empresa

Caso não entre ‘dinheiro fresco’ nos próximos quatro meses, a Cerâmica de Valadares vai para “liquidação imediata e forçada”, como revelou à Lusa Daniel Gonçalves, antigo membro da CT. Os funcionários ficam, durante este período de 120 dias, com os contratos suspensos.

A vida destes trabalhadores também fica em suspenso. Alguns, como Daniel Gonçalves, acreditam que não faltam interessados na fábrica. Outros, como Raul Almeida, mostram-se mais incrédulos, apesar de alguma “esperança” na resolução de um impasse que dura há meses: “em várias reuniões que fizemos com os credores, o gestor de insolvência sempre focou esse ponto, de que havia várias pessoas interessadas. O que é preciso é que se concretize na realidade”.

O administrador de insolvência admitiu que será impossível “satisfazer a totalidade dos créditos sobre a insolvência”, pois o passivo reclamado ascende a 95,9 milhões de euros, dos quais 74,3 milhões são relativos à banca e 10,5 milhões aos trabalhadores.

O plano definido por Rui Castro Lima, com o apoio da consultora Ernst & Young, ignora o “reembolso integral destes créditos, uma vez que o produto expectável da liquidação do activo da insolvente não atingirá previsivelmente valor suficiente para tal”, contemplando a doação dos imóveis (hipotecados) ao maior credor, o BCP.

A futura viabilidade económica e financeira da Cerâmica de Valadares está assente numa “análise de valor de uma nova realidade empresarial”, a partir da venda do estabelecimento na ordem dos 5,2 milhões de euros e a previsão de um volume de negócios de 4,5 milhões no primeiro ano e um volume médio de 11 milhões nos anos seguintes.

O mesmo plano de recuperação prevê o pagamento de apenas 50 por cento dos créditos aos trabalhadores, em prestação única a ter lugar depois das vendas dos estabelecimentos comercial e industrial da empresa.

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