Poucos reparavam em Eisha, uma idosa cega que pedia nas ruas de Jeddah, na Arábia Saudita. Só que a mulher, que morreu com 100 anos de idade, afinal era milionária: deixou um património avaliado em 700 mil euros, incluindo terrenos onde não eram pagas rendas.
Eisha morreu em casa, aos 100 anos de idade, cega e sem família. Só que, para surpresa de quem a via a pedir esmola nas ruas de Jeddah, na Arábia Saudita, estava longe de ser pobre: deixou um património avaliado em 700 mil euros.
“Eisha continuou a pedir, mesmo após a morte da mãe e da irmã”, afirmou um amigo, Ahmed al-Saeedi: “ela era apenas uma mulher velha, cega e que não tinha parentes”.
Família de pedintes
Quando a ambulância parou à porta da casa de Eisha, cujo corpo foi retirado de maca, poucos faziam ideia de que a mendiga era milionária.
“Pedi-lhe para desistir daquela profissão porque possuía uma enorme quantidade de riqueza, mas ela sempre se recusou e dizia que estava a preparar-se para tempos difíceis”, explicou Ahmed al-Saeedi, que conhecia Eisha há mais de 50 anos.
Essa “enorme riqueza” foi adquirida com uma ‘profissão’ familiar: quer a mãe, quer a irmã de Eisha pediam esmola.
“Elas foram capazes de construir uma pequena fortuna nas ruas de Jeddah”, salientou o amigo da falecida.
Desalojados
No património que ficou para herança, avaliado em cerca de 700 mil euros, encontram-se vários terrenos.
A partida de Eisha para a ‘última morada’ deixou uma ‘herança’ imprevista para as famílias que habitavam nesses terrenos: como não pagavam renda, as autoridades sauditas estão a exigir que desocupem as casas.
As famílias alegam que a idosa deixava-as viver, gratuitamente, nas propriedades.