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CDS em “profunda incomodidade” com desemprego vai defender salário mínimo nos 500 euros

joao almeidaO XXV congresso do CDS, agendado para 6 e 7 de julho, deverá aprovar uma moção que defende a atualização do salário mínimo para os 500 euros. O texto, subscrito por Pires de Lima, refere a “profunda incomodidade com o rumo da evolução da economia e do desemprego”.

A moção estratégica global “Dar a prioridade à economia” será o principal documento em análise no XXV congresso do CDS, agendado para dias 6 e 7 de julho na Póvoa de Varzim. A moção é subscrita por elementos próximos à direção de Paulo Portas, como António Pires de Lima, Adolfo Mesquita Nunes (que é secretário de Estado do Turismo), João Almeida e Nuno Fernandes Thomaz.

O próprio título indicia as prioridades defendidas pelos centrista, com “a perfeita consciência de que os objectivos de crescimento da economia e de combate ao desemprego são prioritários, mas dependem, em boa medida, do acerto das políticas a nível europeu”, como vem explicado.

Sobre as políticas nacionais, o CDS vai a atualização do salário mínimo nacional para “os 500 euros e recuperar a trajetória de atualização anual”, como antecipou João Almeida, referindo ainda que “o Governo tem de estar disponível para dar sequência ao acordo que surja da concertação social”.

Na moção vem explicada a necessidade de “concertação” política como “um bem essencial”: “a estabilidade política exige espírito de negociação. Com o PSD. E com a troika. Sabemos que não nos compete liderar o Governo, nem a nós pode ser assacada essa responsabilidade”.

“Não pretendemos ser maximalistas nesse processo de negociação, mas, face à evolução dos resultados económicos do país, consideramos ser essencial dar nota da nossa profunda incomodidade com o rumo da evolução da economia e do desemprego e apresentar propostas que permitam, naquilo que dependa de nós, infletir este declínio já partir de 2014”, defendem os subscritores.

Fica, contudo, um alerta: “se Portugal não conseguir regressar, em dois anos, a uma trajectória de crescimento superior a dois por cento, dificilmente o desemprego descerá do actual nível, próximo dos 20 por cento. Se Portugal não conseguir compatibilizar saldos primários fortemente positivos (três a quatro por cento) nas contas públicas com crescimento económico, a médio-longo prazo, superior a dois/três por cento, dificilmente a nossa dívida pública recuará para níveis aceitáveis ou sustentáveis até 2030”.

“Aquilo que aconteceu em 2013 com o aumento do IRS tem que regredir o mais depressa possível”, admitiu João Almeida, argumentando que, “quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista social, nós estamos muito pior do que era previsto no programa de assistência”.

Para além desta moção, no XXV congresso serão ainda analisadas as propostas apresentadas pelos eurodeputados Nuno Melo e Diogo Feio, por Filipe Anacoreta Correia e por Paulo Portas, que hoje deve revelar os principais eixos do documento.

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