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Cavaco Silva, o economista traído pelos números

cavaco_silva27062011Uma declaração polémica, do Presidente da República. Cavaco Silva, que apresentou rendimentos anuais brutos superiores a 141 mil euros, em 2010, referiu ontem que não tem dinheiro para cobrir as despesas e só graças à poupança de 48 anos consegue manter o equilíbrio financeiro. Cavaco, economista proeminente, foi traído pelos números.

“Felizmente, durante os meus 48 anos de casado, eu e a minha mulher fomos sempre muito poupados. E fazíamos questão de todos os meses colocar alguma coisa de lado. Portanto, agora posso usar uma parte das minhas poupanças”, afirmou Cavaco Silva, num comentário às reformas da Caixa Geral de Aposentações e do Banco de Portugal.

O chefe de Estado hesitou, mas quando confrontado com os rendimentos que aufere, decidiu responder e adiantou que já sabe que receberá 1300 euros de reforma, por parte da Caixa Geral de Aposentações, por ter sido docente na Fundação Calouste Gulbenkian. “Não sei se ouviu bem: 1300 euros mensais”, reforçou.

Mas estes não serão os únicos rendimentos de Cavaco Silva, que acumulará a reforma do fundo de pensões do Banco de Portugal. “Tudo somado, quase de certeza que não dá para pagar as minhas despesas”, disse o Presidente da República.

Segundo o jornal Expresso, o topo da reforma do Banco de Portugal superará os 8000 euros e terá um mínimo de 2300 euros – Cavaco estará bem mais perto do topo do que do mínimo. Ao valor da reforça de Cavaco deve ser somado o rendimento de Maria Cavaco Silva, de 800 euros.

A reforma de Cavaco Silva e da mulher ficará perto dos 10 mil euros por mês. Valor que coincide com os rendimentos declarados pelo casal há um ano, ao Tribunal Constitucional.

Ao abdicar do vencimento para ficar com a pensão, Cavaco conseguiu aumentar os seus rendimentos brutos anuais, para 141,5 mil euros. Se não abdicasse do vencimento, o Presidente da República receberia 138,9 mil euros.

Cavaco Silva, na tomada de posse, sublinhou que “há limites para os sacrifícios”. Mais tarde, após o anúncio do corte dos subsídios aos trabalhadores da Função Pública, lembrou que “a equidade fiscal estaria em causa”, com esta medida. Tem usado as palavras em defesa dos mais desfavorecidos. Ontem, foi traído pelos números das suas pensões, gerando uma onda de indignação que se faz sentir em diversos meios, sobretudo nas redes sociais.

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