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Cavaco Silva: “Não vejo razão para que não seja reduzida a comissão que é cobrada a Portugal”

cavaco silvaO Presidente da República pronunciou-se, ontem, sobre a exceção que o Eurogrupo concedeu à Grécia e negou alargar a Portugal e Irlanda. “Há interesses que Portugal, independentemente da situação da Grécia, não pode deixar de continuar a defender”, frisou Cavaco Silva.

A diferença de tratamento entre a Grécia e os restantes países resgatados foi ontem comentada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que disse não entender os motivos que levaram o Eurogrupo a baixar o juro e a alargar a maturidade dos empréstimos concedidos a Portugal, mesmo admitindo que o país “está numa situação muito diferente da Grécia”.

“Não vejo razão para que não seja reduzida a comissão que é cobrada a Portugal pelos empréstimos que recebeu do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, matéria que, aliás, penso que já tinha sido falada há algum tempo. Tal como não vejo razão para que não seja alargado o período de reembolso dos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira”, afirmou Cavaco Silva, à margem da entrega dos prémios Fernando Namora e Agustina Bessa Luís, no Estoril.

“Independentemente da Grécia, Portugal deve continuar a defender os seus interesses junto dos parceiros europeus, utilizando os seus melhores argumentos”, sublinhou o Presidente, lembrando a “experiência” de quando foi primeiro-ministro: “a vida na União Europeia é uma negociação permanente e eu sei isso por experiência própria. As negociações são, às vezes, muito, muito difíceis, mas nós não podemos desistir”.

“Deus nos livre de algum dia nos aproximarmos da situação da Grécia. Penso que a maioria dos portugueses não tem bem a noção da situação em que se encontra esse país”, desabafou o chefe de Estado, sendo ainda questionado se o Governo tem conduzido bem as negociações com os parceiros europeus: “não tenho informação em contrário”.

Enquanto o Governo tem negociado com o Eurogrupo, o Presidente da República chamou a Belém os líderes dos principais bancos nacionais para conversar sobre “dois grandes tópicos”: um foi “a estabilização do sistema financeiro português, um dos pilares do programa de ajustamento que Portugal acordou com a troika”, e o outro foi “o contributo que a banca portuguesa pode dar para a recuperação económica”, isto quando vários agentes económicos se queixam da “dificuldade em obter crédito” e das “taxas de juro muito elevadas”.

“Também nessa área penso que, depois de os ouvir, é de toda a vantagem como que estabelecer ligações quase de parceria, digamos assim, entre bancos, empresas e as autoridades para que todos remem no mesmo sentido, isto é, que o ano de 2013 seja de inversão de tendência negativa do crescimento da economia”, concluiu Cavaco Silva.

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