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Venda da carne de cavalo leva países da UE a estudar veto à importação

carne-talhoMinistros da União Europeia agendam reunião para decidir medidas de combate à venda de carne de cavalo, como os que agora foram descobertos, em diversos produtos, como hambúrgueres, lasanhas, entre outros.

A descoberta de carne de cavalo em vez de vaca em produtos alimentares levou os líderes da União Europeia (UE) a agendar uma reunião, para combater a fraude, através de medidas conjuntas. Amanhã, em Bruxelas, ministros da tutela dos diferentes países discutirão reforço do controlo da indústria da carne.

Os governantes deverão selar um conjunto de medidas restritivas, na indústria da carne, mas também noutras áreas da indústria alimentar, inclusive nos peixes e nos ultracongelados. O objetivo é assegurar um selo de qualidade e o combate à fraude, como esta que teve origem na Roménia, onde alguns matadouros exportaram carne de cavalo picada como sendo carne de vaca.

Foram provados casos na Irlanda e no Reino Unido, vítimas do escândalo romeno, sendo que França também está no eixo do combate a este problema de saúde pública. O governo inglês pondera avançar com uma proposta de combate à importação de carne na Europa. Mas a União Europeia deve decidir amanhã uma estratégia conjunta.

O problema tem origem na Roménia, onde alguns matadouros estarão a vender ‘gato por lebre’, sendo que a cadeia de distribuição das carnes atinge diversos países europeus, entre os quais Inglaterra e Irlanda, que já confirmaram a venda de carne de cavalo em produtos da Findus.

No entanto, a extensão desta fraude está por definir e diversos produtores e distribuidores de diferentes países querem garantir a qualidade dos seus produtos. Os supermercados também não querem que o consumidor tenha receio em comprar carne, pelo que também estão convocados para esta reunião.

Estima-se que onze países da Europa possam ter vendido carne de cavalo disfarçada em produtos cujo rótulo indica 100 por cento de carne de vaca. Diversos produtos foram removidos das prateleiras do mercado, mas o escândalo – além de representar um problema de saúde pública – pode pôr em causa a indústria das carnes e todo o setor agroalimentar.

O caso foi suscitado em janeiro, depois de confirmados casos de carne de cavalo em lasanhas e hambúrgueres da Findus, vendidas no Reino Unido e na Irlanda. Em causa estavam marcas como a Findus, as redes de distribuição e conhecidos supermercados, como o Carrefour, o Lidl, Auchan ou a Tesco, entre outros. As lasanhas com carne de cavalo foram removidas das prateleiras.

Mas a origem do problema está na Roménia, onde alguns matadouros venderam carne de cavalo picada, como sendo carne de vaca. Os distribuidores, as marcas e os supermercados quiseram apurar responsabilidades.

O problema ganha dimensão à medida que decorrem as investigações, sendo que se prevê que 11 países europeus possam vender carne de cavalo. Entre esses países não consta Portugal, de acordo com o Governo, que através da ASAE fez uma investigação ao caso.

A ASAE fez análises às carnes comercializadas em 53 estabelecimentos de todo o país. Nenhum alimento vendido em Portugal continha carne de cavalo, ao contrário do que sucedeu na Irlanda e no Reino Unido, onde está confirmada a venda, camuflada em alimentos com carne que deveria ser de vaca. Os matadouros da Roménia estão agora sob a mira das autoridades alimentares da Europa.

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